Recentemente, a expressão “escala 6 x 1” tem tomado conta das redes sociais. Acredito que não devemos ser um escravo do nosso trabalho. Há trabalhadores que não tem tempo com a família devido à rotina exaustiva do ofício. Todavia, já parou para pensar no trabalho do professor? Primeiramente, não dá para sustentar uma família com apenas um período de docência. Muitos dobram períodos, a fim de aumentar a renda, trabalhando em cidades diferentes. Aos finais de semana, que seria o descanso, temos as correções de provas, planejamento das aulas, correção de atividades etc. É um trabalho infindável. E quando os feriados se aproximam, o entusiasmo acontece não pelo descanso, mas sim por adiantar o trabalho acumulado ao longo da semana.
É por isso que a valorização do profissional de educação deve ser primordial. Não precisaríamos rodar a região se tivéssemos um salário digno. Não precisaríamos dobrar períodos e nem trabalhar exaustivamente para darmos conta de tudo financeiramente. Não há um único professor que trabalhe apenas um período. Não vou arriscar de como é a nossa escala de trabalho, porque não sou bom com números. Entretanto, sentimos a exaustão quando paramos para relaxar, e o corpo, lentamente, vai se desligando. É a escala interminável do professor fazendo efeito.
Há aqueles que usam o velho argumento “vocês têm duas férias no ano”. Graças a Deus! Ainda bem que temos. Caso contrário, a escala seria o dobro do que se tem discutido ultimamente. E não pense que é somente o trabalho da sala de aula. Há muita burocracia a ser feita. Sem contar o trabalho de psicólogo no qual somos submetidos perante a ausência da família. O professor é polivalente: ele precisa dominar o seu conteúdo, participar das ações sociais da comunidade e ser o conselheiro emocional dos seus discentes. Não basta apenas lecionar. E todo este trabalho e cobrança nos colocam numa exaustiva escala de trabalho 7 x 0, ou seja, infindável.
É preciso repensar no trabalho docente. Ele precisa ser mais valorizado e mais bem pago para que sua carga horária possa diminuir em curto prazo. Trata-se de uma saúde pública, onde o principal profissional da educação precisa do seu descanso merecido para que se renove as energias no início da semana.