Uma pergunta que nos foi enviada diz respeito às vantagens de fazer uma doação em vida. A doação é muito utilizada como ferramenta de planejamento sucessório, trazendo para o presente aquilo que naturalmente ocorreria, mais tarde, no inventário. Ao invés de se esperar a morte para então inventariar o bem, é possível fazê-lo em vida. A doação é o contrato por meio do qual alguém por livre e espontânea vontade transfere a propriedade de um bem a terceiro sem contrapartida.
A primeira grande vantagem que vislumbro, enquanto Tabelião, na doação é o fato de poder ser planejada. A morte, apesar de ser a mais certa de todas as certezas, não tem hora marcada. Às vezes nos pega de calça curta, em momentos de aperto financeiro. O prazo do inventário é relativamente curto e seu descumprimento gera multa. A doação pode ser pensada no momento ideal.
Tanto a doação quanto o inventário, exigem o recolhimento de um imposto chamado ITCMD (Imposto de Transmissão Causas Mortis e Doação). No caso da doação, existe uma enorme vantagem em relação ao inventário: as chances de ficar isento na doação são maiores do que no caso do inventário. Assim, as partes evitariam um gasto (muitas vezes mais caro que a própria escritura), o que seria outro grande benefício econômico.
Podendo ser planejada e podendo evitar gastos com impostos, a doação também garante atender o desejo do proprietário do bem, dando a ele a segurança que seu patrimônio construído ao longo da sua vida não se perderá. Isso porque a doação permite a imposição de cláusulas (incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade), que protegem e resguardam o bem.
Além de tudo isso, a doação evita o estresse emocional que é causado no inventário, por ser tratar de um ato envolvendo um ente querido que não está mais presente em nossas vidas.
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