A crise nos relacionamentos em tempos de Pandemia

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O número de divórcios, formais e informais, aumentou em todo o mundo neste período de quarentena. Os dados são oficiais em alguns países, como na China e em parte da Europa, e ainda informais aqui no Brasil.
O fato é que os conflitos entre casais realmente aumentaram, a consulta à advogados especialistas (117%) também e até a busca pelo termo “divórcio” cresceu 9900% no Google.
Mas, será que todos os problemas dos casais surgiram durante os últimos meses da quarentena?
Situações de crises, sejam estas de qualquer origem, ou mesmo de mudanças bruscas, principalmente quando não programadas ou esperadas, favorecem os movimentos de reflexão: o que realmente queremos? O que importa agora? Quais são as nossas prioridades?
A pandemia nos trouxe, forçadamente, a necessidade de mudanças não imaginadas. O que antes não era importante, agora passou a ser. Uma característica ou comportamento no outro que incomodava mas era relevante, agora não é mais.
Em contrapartida, outros aspectos do funcionamento de nossos parceiros passaram a ser desejados e esperados como, por exemplo, mais colaboração e melhor divisão nas tarefas da casa e no cuidado com os filhos; funções estas, infelizmente, ainda tipicamente feminina.
A grande parte dos relacionamentos desfeitos, com certeza, já estavam com problemas. Já possuíam conflitos. Já tinham pendências que precisariam ser resolvidas e não foram. E até mesmo situações que poderiam explodir em um outro momento qualquer.
A restrição de movimentação, o tempo maior que todos nós passamos dentro de nossas casas com todos os membros da família e o próprio momento tenso e de insegurança, também nos obrigou a olhar mais para as características, para o funcionamento e, claro, para os defeitos do parceiro.
A mesma explicação se aplica ao relacionamento entre pais e filhos, por exemplo, sejam estes crianças ou jovens adultos e aos outros membros da família que compartilham a mesma casa, principalmente.
Não temos mais “folga” uns dos outros. Não temos o trabalho para sair e “descansar” do ambiente de casa e dos relacionamentos; perdemos ou diminuímos o convívio com amigos e colegas de trabalho, por exemplo, onde era possível dar uma espairecida e até mesmo fazer um comentário qualquer de uma discussão ou briga normal do dia a dia que, em outros tempos, poderia passar com as horas ou mesmo ser relevado só por compartilharmos o acontecido com alguém.
O fato é que relacionamentos precisam ser cultivados. De qualquer espécie. Afetivos, familiares, de amizade. É muito difícil para o ser humano administrar e conviver com as faltas e desejos próprios e do outro. Principalmente quando estes desejos diferem muito entre os parceiros.
As expectativas que criamos, também, em relação ao que esperamos que a outra pessoa faça ou sinta (“eu gostaria que ele ou ela fosse ou fizessem assim”) e a forma como ela deveria agir, é outro fator muito relevante que colabora para as frustrações e para o surgimento de conflitos além de atrapalhar o gerenciamento do convívio.
Eu não gosto e espero que outro não goste também. Eu faço do meu jeito e espero que o outro faça igual. Eu resolveria de uma forma e espero que outro resolva da mesma forma que eu. E assim por diante.
A pandemia fez com que muitos desfechos se antecipassem e outros fossem concluídos. E fez, também, que muitos caminhos se separassem justamente porque o olhar mudou.
Mas, muitos relacionamentos também se fortaleceram. Porque toda crise tem dois lados. Toda experiência pode trazer o sofrimento e a aprendizagem. Para qual dos lados a balança vai pender depende do que escolhermos olhar e viver.
Em qualquer situação, relacionamentos afetivos fortalecidos e bem sucedidos precisam de tempo, paciência, aceitação e investimento contínuo. Resta saber quanto disto cada um está disposto a investir para permanecer junto ao outro.


 

 

 

Dra. Luciene Pugliesi Rebonato, Terapeuta Ocupacional, Especialista em Psicopedagogia Clínica, Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) em andamento. Contato: 3242.3493 ou lurebonato@yahoo.com.br

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