A Condenação Oficial de Jesus Cristo
A minha geração e outras seguintes, até os dias de hoje, pouco ouviram falar detalhes sobre a condenação de Cristo. Geralmente, só se comenta a parte religiosa, dificilmente se fala sobre a origem de um documento que existe no museu da Espanha com a sua sentença de Morte. Confesso que há alguns anos atrás, conversando com uma das minhas filhas, a Cristiane, que é advogada, ela me mostrou tal sentença. Aí eu fiquei com aquilo na cabeça, e pensei: um dia vou publicar na minha coluna no jornal Imparcial. Antes, fiz uma pesquisa com várias pessoas de alguns segmentos religiosos perguntando se eles sabiam da existência deste documento.
Tal foi minha surpresa que a maioria disse que, assim como eu, também não sabia. Conheciam a história por já terem visto no cinema e também por passagens da Bíblia. Quando Jesus veio ao mundo o Império Romano já tinha aproximadamente três milhões de habitantes.
Abaixo, transcrevo cópia autêntica da sentença de Pilatos, no Processo de Jesus Cristo, existente no Museu da Espanha:
“No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente na baixa Galiléia, HERODES ANTIPAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente,
EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR.
Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENO, REX JUDEORUM.
Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano.
Testemunhas da nossa sentença:
Pelas dozes tribos de Israel: RABAIM DANIEL; RABAIM JOAQUIM BANICAR; BANBASU; LARÉ PETUCULANI.
Algumas interpretações da condenação
Fui pesquisar: Quando César se refere que Jesus está ameaçando Jerusalém e o sacro templo, na realidade, o sacro templo a que ele se referia era um local onde principalmente as pessoas judias se concentravam para fazer orações. Embora dominassem toda a Judéia, os romanos respeitavam a religião judaica. Agora uma coisa eles não abriam mão: dos impostos que eram pagos ao Império Romano. Tanto que na sentença ela cita “Negando tributos a Cesar”.
A entrada de Jesus em Jerusalém – uma afronta PARA os Romanos
70% por cento da população que habitava a região da Judeia eram “Plebeus”, os outros 30% eram de famílias romanas e ricas. Os Plebeus, embora em maioria, não tinham direito a voto, mas eram obrigados a pagar impostos para o império. A frase de Jesus, após mostrar a um plebeu que na moeda tinha a foto de César disse: dá a Cesar e o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus, deixou dupla interpretação na mente do povo. Na época ele não podia falar para não pagar imposto a Cesar porque o povo ficaria contra ele, então ele disse: a Deus o que é de Deus, ou seja, obediência, louvores e orações. Quando César cita na sentença que Cristo é contra a Lei Mosaica, se refere à Lei de Abrão, que era seguido pelos Judeus, cujo Jesus era um deles. A entrada em Jerusalém em um Domingo de Ramos, montado em um jumento com galhos de palmeira na mão, foi uma afronta ao Império Romano, ainda mais que as pessoas jogavam roupas e galhos de palmeiras para ele passar por cima, já que a palmeira era uma planta símbolo daqueles tempos e ligada a grandes ídolos. Ao entrar, ele confrontou os maiorais, pois Jesus curava pessoas, só pregava o bem, a paz, e isso o transformou em inimigo número um de Cesar e do Império Romano. As multidões o seguiam e isso era uma ameaça para Cesar; Ele foi tido como um subversivo, uma pessoa contra os interesses do Império Romano, tanto que o condenaram à Morte.
Como Viviam os povos não época de Cristo
As pessoas que habitavam a região em que vivia Jesus eram muito pobres, moravam em casas feitas de barro, cobertas com palhas e só faziam duas refeições por dia, em média. Comiam pão que era feito também com lentilha, carne de ovelhas, já que as criavam, muitas tomavam leite de cabras e como viviam perto do mar, também se alimentam de peixes. Viviam pouco, em média 40 anos, por isso se casavam cedo, assim que a mulher já pudesse gerar filhos, assim como os homens, e então já realizam o matrimonio. Muitas famílias viviam juntas, as casas tinham no máximo 2,5 de altura, já que todas as pessoas daquele tempo eram de estatura pequena.
GENTE QUE LÊ A GENTE:
Quero registrar aqui mais um assíduo leitor desta coluna, o Padre José Sidney Gouvêa de Lima. Atualmente, o sacerdote é Vigário na Paróquia São Sebastião, em Taquaritinga e também é professor de Teologia no Seminário da Diocese. Obrigado, querido amigo, por sempre nos acompanhar por esta coluna.