BRASILIANA
Mesmo que o Brasil tenha a maior reserva petrolífera da Terra, a maior jazida aurífera do planeta ou a maior concentração monolítica de urânia no seu sistema geofísico, nada mudará no país, porque somos um Estado, literalmente, sem educação. No entanto, o Brasil tem salvação e em menos de trinta anos poderá se transformar em um Estado “hours concours” na competição internacional de Estados/modelo. A solução está na reserva intelectual e moral que o país tem à sua disposição, depositada na experiência filosófica e comportamental do professor aposentado. Um professor fora da sala de aula rompe o cordão umbilical do mestre com seus discípulos. Ninguém mais que o professor vivencia o comportamento humano, a evolução da cidadania e a formação patriótica da juventude. O Estado brasileiro, se governado por estadistas, poderá recontratar os professores inativos, que na volta às salas de aula, através da educação, colocarão o Brasil a salvo do naufrágio. Com a educação reconduzida, a corrupção, que é consequência direta da falta de cidadania se extinguirá da mentalidade brasileira. O Brasil, cujos heróis nacionais jogam bola ou correm com carros velozes, precisa de um herói com mais merecimento: o professor inativo!
PENALIDADE
Basta a mídia dar ênfase a um crime que a opinião pública se manifesta a favor da pena de morte no Brasil. O país teve a pena máxima, via forca, até 1855, quando foi cancelada por D. Pedro II, porque um fazendeiro foi condenado à morte acusado de ter trucidado a família. Depois da execução da pena, o culpado pelo crime apareceu, como não era possível ressuscitar o morto, a solução foi acabar com a pena.
Se o Brasil tivesse a pena de morte prevista no código penal ninguém seria condenado, ou melhor, executado. A formação latina do brasileiro, que é levada pela emoção, em detrimento ao pragmatismo, diante de uma condenação à morte, mesmo crendo na culpa do condenado, pediria indulto às autoridades, com dó do criminoso.
INFÂMIA
Ninguém aguenta ouvir após as refeições, quando é servida a deliciosa sobremesa, o PAVÊ, a infame piadinha: é pavê ou pá comê? (Sic).
QUÂNTICA
O que acontecerá, caso uma energia invencível, se chocar com uma matéria indestrutível? Nada! Porque os dois fenômenos não podem coexistir no mesmo espaço.
FRALDA
Até o século XVI, a figura da criança de colo não existia, pelo menos no idioma e nos dicionários. Colo é o pescoço da mulher (Ele usa no local um colar) e onde a criança senta para mamar, é o regaço. O nome criança de colo surgiu porque a mãe, ao conduzir o filho, coloca-o em pé, segurando-o com os braços, mantendo a cabeça do bebê próxima ao colo (Pescoço).
MUI AMIGO
No Brasil colônial, em algumas províncias, nos povoados do interiorzão, onde os padres eram autoridades maiores, quando alguém morria, um parente tinha a obrigação cristã de comunicar ao seu animal de estimação, a viagem do dono. As palavras a serem ditas eram: “seu dono se foi” – com o animal, geralmente um cão, perto do manto do morto (Aquele tempo não tinha caixão).
ARRIBA
Lá pelo norte do Brasil, Maranhão e Pernambuco, principalmente, meio mundo tem o nome de Ribamar. Normalmente depois de José ou Luiz. Esse povo recebeu o nome por influência religiosa, uma homenagem a São José de Riba. Certa vez apareceu na praia uma imagem de São José, que muitos diziam ter vindo de alto mar, em riba das onde oceânicas, ao pé da letra: em riba do mar (Ribamar). Apenas por curiosidade, Itamar Franco, que foi presidente do Brasil, substituindo Collor, de triste figura, nasceu no mar, no barco conhecido na região como Ita. (Ita no mar).
CONTESTADO
Na divisa de Santa Catarina e Paraná, havia um conflito entre habitantes dos dois estados. A região foi chamada de Contestado, nome óbvio, já que as partes se contestavam, cada qual com sua razão e contra razão. Alguns anos antes da República, o exército federal saiu do Rio de Janeiro para colocar fim às hostilidades daqueles estados. Ambos os lados sofreram baixas pesadas de civis. Como o Estado de Santa Catarina, acreditava que o Imperador D. Pedro II tomaria partido pelo Estado e pouparia os catarinenses, os soldados se vestiram diferente, para que de longe fossem avistados, era uma manta verde amarelada na barriga. Assim, os habitantes do estado passaram a ser chamados de Barrigas Verdes.
GOTEIRA
Na primeira vez que ouvi pessoas dizendo que choveria “pedra” fiquei apavorado. Como escaparia de pedras vindas do céu? Depois fiquei sabendo que as pedras eram de gelo. Piorou! Além da pedrada, já que pedra também é sólida, ainda teria que arcar com gelo descendo pelas roupas. Melhorou quando me falaram que era chuva de granizo. O medo passou, até porque não sabia o que era granizo. Foi quando fedeu de vez, ouvi um sujeito dizendo que a chuva era de granito. Entrei em pânico, se pelo menos fosse de mármore! Naquele ano pedi para Papai Noel um dicionário e ao consulta-lo, fiquei sabendo que Papai-Noel não existia. Foi quando conclui que o velhote morreu tomando chuva de pedra ou de granito!