BORRACHA
Penso em voltar à escola. Desde o início, no primeiro ano primário (assim era o nome do curso). Primeiro do primário era uma redundância, segundo, terceiro e quarto, uma contradição. O importante é que a gente aprendia que benefício não se paga, se concede! O brasileiríssimo INSS alega que paga benefício, quando na realidade, o aposentado por tempo de serviço e idade, recebe o que emprestou por trinta anos. Mesmo quem recebe por afastamento ou doença, não é um beneficiário, porque o recebimento está sujeito à contribuição previdenciária.
No tempo do primário não havia o INSS, tudo tinha uma divisão por categoria, como IAPI, IAPC, IAPB, indústria, comércio e banco respectivamente. Havia outros exclusivos para militares, ferroviários e marítimos. Todos eles eram superavitários, que até emprestavam uma verba substancial para o tesouro. Muito das despesas com a segunda guerra mundial foram bancadas pelos institutos de previdência.
Com relação a benefício, outro equívoco idiomático e real está na cesta básica, vale transporte, vale refeição e outros “concedidos” por empresas e autarquias. Quando o empregado é contratado a empresa determina o salário, diz que vai conceder o benefício da cesta e dos vales. A proposta fica parecendo que o empresário está ajudando o funcionário; porém, não pergunta ao contratado se ele prefere o valor do tal benefício incorporado ao salário nominal. Bom ou mal, é uma imposição que, normalmente, é interpretada pelo funcionário como um favor, sem contar que o total de tais benefícios não é contabilizado nos direitos trabalhistas.
MAIS-VALIA
Muita gente, até intelectuais, não aceita o nome de Karl Marx (1818 – 1883) citado entre os maiores filósofos da humanidade. Ele de fato é, ou está na linha de frente da filosofia universal, mesmo entre os grandes da Grécia. Todos colocaram a existência da humanidade no topo da existência terrestre, baseados na raça, condição social, localização geopolítica e base alimentar; Marx foi pioneiro em colocar o ser humano como produto da igualdade, que perdeu a identidade graças ao autoritarismo dos supostamente mais fortes, de onde surgiu o escravagismo. Como a filosofia marxista foi exercida por líderes estadistas, que a transformaram em uma falsa realidade, Marx sofreu um preconceito pela pregação comunista, mas interpretada, mal executada e principalmente usada na luta de classes injustamente. Não há como ter guerra se a igualdade social prevalecer. Para Marx, o valor de um produto não se baseia no mercado consumidor, mas no custo de produção, que remunera com justiça o produtor, fazendo com que se iguale ao custo do capital. A obra máxima de Marx é o capital, cuja leitura, para quem conseguir, pode mudar até a maneira de se ver as pessoas na rua, principalmente as que vão ao trabalho!
FRASE
“A internete democratizou a imbecilidade” (Humberto Ecco, escritor italiano).
NIVER
No Brasil a gente pergunta quantos anos a pessoa tem. Na Espanha a pergunta é diferente: quantos anos a pessoa leva. (Mais certo está o galicismo, porque nenhuma pessoa tem um tempo com ela, a idade realmente leva o tempo passado).
SISTEMA
Para quem defende o parlamentarismo no Brasil, convém saber que isso existe no país. O nosso primeiro-ministro é aquele que ocupa a Chefia da Casa Civil da Presidência. Todos os ministros atendem por ministro, o citado é o Ministro Chefe da Casa Civil. Para bom leitor, basta! Nada chega às mãos do Presidente da República, sem a chancela do ministro da casa civil. Ele é um filtro. Não é raro o despacho chegar ao presidente e voltar ao ministro para um parecer técnico ou pessoal.
Também é bom complementar a tese com a verba parlamentar, que todos os deputados tem direito, a qual cada um distribui ao seu bel prazer. Quem já não viu por ai faixas anunciando que uma entidade recebeu um valor xis de verba do deputado fulano de tal? Isso, meus caros, é governo parlamentarista; a verba é meramente política, baseada no direito municipalista.
ROCHA
No século 18, antes da divisão em Estados, os atuais EUA, eram divididos em territórios (copiaram do Brasil, he, he, he!) existia uma enorme pedra dividindo três territórios, na qual passava dos lados uma estrada boiadeira. Sobre ela ficava o dia todo, um mendigo sentado pedindo moedas e comida para boiadeiros que passavam sempre. Quando os Estados foram fundados, a velha estrada deu lugar a uma outra mais larga, o que obrigou a construtora a retirar a pedra. Quando o engenheiro responsável foi pagar o mendigo, ele ficou feliz da vida, dizendo que usaria o dinheiro para comprar uma casinha. A pedra foi retirada e debaixo dela foi descoberta uma jazida de diamantes, sendo um deles o maior descoberto até hoje do país. A pedra foi retirada e a estrada mudou o trajeto, o local é hoje a entrada da maior mina de diamante do país. A história real gerou até uma outra, moral. Você pode estar, como o mendigo, sentado em mina de diamante por 20 anos, pedindo moedinhas e migalhas de pão!
CULTO
Um velho hábito norte-americano foi importado pelo Brasil, que é o culto à personalidade. Não é salutar e pouco conveniente. A gente vê muito, as fotos de ex-dirigentes nas empresas públicas nas paredes, principalmente, de fundadores. Acontece que as pessoas retratadas, mesmo sendo meritórias para as empresas, não são para muitas pessoas. Embora os fatos não prejudiquem, também poucos ajudam, passando sempre o culto à personalidade, caso seja uma figura pública, ainda mais.