LIBERTAS
Deus foi imprudente ao conceder o livre arbítrio ao Homem. Errou ao perdoar os crimes de consciência humanos através do arrependimento. Foi a liberdade de arbítrio que permitiu à humanidade pregar a todas as espécies do Planeta que é superior em tudo. Os humanos acreditam e querem que todos aceitem que são filhos divinos, uma criação direta de Deus. Sabendo que a morte é inevitável, o ser humano inventou a existência de outras vidas além/morte. O livre arbítrio foi praticado em toda sua extensão, atingindo o governo dos homens pelos homens, resultando em despotismo, ditadura e guerras de poder. Para disfarçar a crueldade dos fortes contra os fracos, inventaram a democracia, na qual o nome de Deus é usado para criação de uma igualdade entre os homens que nada mais é que suposição.
A democracia é uma contradição que desmorona diante da teocracia, na qual Deus é supremo diante da igualdade humana. O planeta Terra é uma teocracia com plenitude de poder, mostrando à humanidade sua real condição, que é a de securitização, na qual a obediência moral prevalece. O ser humano é uma subespécie!
CENSURA
Quando os censores da ditadura de extrema direita (1964/1985) avaliavam as letras das músicas de Raul Seixas em parceria com Paulo Coelho, liberavam sem restrições porque o nível de inteligência deles não alcançava o grau intelectual da dupla.
TELÃO
Quando o Cine Guarany funcionava, as filas eram enormes e sempre havia alguém para organizá-las. Certa vez, apareceu um cara que furou a fila, os protestos vieram e por perto havia dois policiais militares, que foram pedir para o furão voltar ao seu lugar. Ele desacatou os policiais, que lhe deram voz de prisão. Quando ele desobedeceu, dizendo que não sairia de lá, os policiais tentaram levá-lo à força até a viatura. Era um baianinho, que sem pestanejar, em um golpe de capoeira jogou os dois no chão. Eles não tentaram prendê-lo de novo, chamaram outros dois policiais para apoio. Assim que chegaram, novas tentativas de prendê-lo e logo estavam os quatro no chão. O pelotão desistiu, a fila continuou furada e o filme começou. Folgado, o Cruz (esse era o nome do Valente) entrou no cinema no lugar que escolheu. Se pedisse para mudar o filme seria atendido!
CNH
Tirar carta de motorista é uma expressão centenária. Quando os primeiros carros chegaram ao Brasil, a cidade que mais tinha os veículos era o Rio. Para legalizar os veículos, era necessário fazer o mesmo com os “chauffers” (agora motoristas). Para isso, o delegado de polícia assinava uma carta de autorização. Devidamente uniformizados, com boné e bota, os “ chauffers” exibiam o documento no bolso da jaqueta. Ele tinha carta! Se quiserem: Carteira Nacional de Habilitação.
ESQUERDA
No período chamado de caça às bruxas, lá pelos anos 70, jornalistas músicos, poetas, escritores e outros intelectuais, eram procurados pela ditadura com ordem de prisão sumária. Apenas o compositor Geraldo Vandré era procurado vivo ou morto.
CASCATA
Mesmo sem consciência ecológica, a moçada da década de 60 explorava a natureza de Monte Alto, que era riquíssima na fauna, flora e em ambientes naturais.
Naquela época, a região contava com 17 quedas d´água e dezenas de nascentes.
VALE
O que chamam de açude de Aparecida de Monte Alto, na verdade, é um lago. A água do local é represada naturalmente porque o local é um vale profundo. O aterro apenas eleva o nível da água. Antes da preservação do IBAMA, de cima do aterro via-se a longa extensão de água cristalina. Em 1969 o aterro se rompeu e o lago permaneceu praticamente igual, embora muita água foi levada abaixo. O fundo do lago não tem sedimento lamacento, é constituído de pedra rochosa, assim como suas laterais. Essa formação proporciona um movimento aquático diferente de uma represa aterrada.
BALIZA
Há 40 anos era titular da delegacia de polícia de Monte Alto, o Dr. Alcides, que o pessoal apelidou de Bigode, por razões óbvias. Ele tinha fama de severo, principalmente em relação à Carteira Nacional de Habilitação. Ele mesmo fazia as provas acompanhando os candidatos, que usavam o próprio carro. A simples presença dele no banco de passageiro colocava o motorista em pânico. A pior prova era a de percurso, o Dr. Alcides ia conversando com o candidato e fazia perguntas tipo pegadinha, do tipo: se você está chupando uma laranja, quando ela acaba, de que lado você joga o bagaço? Vinha a resposta e a reprova. Não se come laranja dirigindo. No meio do percurso, o Bigode mandava estacionar em frente de uma guia rebaixada, porque ele precisava descer. Assim que parava, vinha a reprova. Na Santa Casa, ele mandava buzinar para chamar alguém. Quem o fazia ficava mais uma semaninha sem dirigir.