Quando os professores de Literatura insistem na leitura das obras que caem nos principais vestibulares do Brasil, não o fazem por mal, mas sim, por uma necessidade de suma importância para a aprovação tão desejada.
A avaliação da UNICAMP mostrou que a leitura dos resumos, feita pela maioria dos estudantes, não foi o suficiente para a interpretação das perguntas. “O candidato precisava recuperar na memória à qual momento do livro aquele extrato se referia para responder por que o espaço é caracterizado como ‘despido de brilho’”, disse o professor Laudemir Guedes, em referência a um trecho do livro do moçambicano Mia Couto. ( Fonte: Uol notícias).
Ou seja, a leitura de um simples resumo não seria suficiente para a realização da avaliação. Há inúmeros textos pela internet que trazem a obra sintetizada, mas nunca serão suficientes para entender toda a essência da obra. Sendo assim, uma leitura tangencial, ao invés de facilitar a vida dos alunos pode estar causando o efeito contrário.
Saber os nomes de personagens, contexto histórico, clímax, entre outras características, já não são mais suficientes. Os vestibulares estão indo muito além. O tempo da leitura tangencial e fútil está chegando ao seu fim.
A exigência de um candidato leitor aumenta a concorrência. E aquele que não tiver uma bagagem literária irá se perder pelo caminho. A cada ano que passa as instituições estão sendo mais rígidas. A rigidez também está em volta da leitura. Este cômodo que os estudantes têm sobre as obras está em declínio.
Professores do ensino médio tem que salientar a importância da leitura completa das obras para que os alunos não caiam nesta utopia baseada em textos concisos. É preciso mergulhar nos clássicos e entender toda a riqueza da nossa literatura e seus grandes autores.