BYLY
Edson Roberto Fantoni “BYLY”, filho de José Roberto Fantoni e Jandira Conceição Françolin Fantoni; tem um irmão, Lucas. É casado com Fabiana Luzia Tavares Guimaraes e não tem filhos. Porém, tem três sobrinhos, pelos quais tem um grande amor: Pedro Henrique, Maria e Jéssica. Tem cinquenta anos e conta que começou a trabalhar aos sete anos de idade, ajudando o pai na roça.
– Byly, fala para gente que colocou o teu apelido de Byly?
Risos… Isso foi quando eu entrei na Prefeitura; eu usava um chapéu preto que lembrava aqueles personagens de faroeste americano e não deu outra.
– Ah, então seria Byly The Kid? eu que sou dá época me lembro.
Com certeza, respondeu.
Trabalho na Roça
“A gente sempre foi meeiro, aquela família que planta e tira as despesas e o que sobra divide com os donos da terra”.
Plantaram muita cebola, limão, arroz… foram quase trinta anos de muita luta da família Fantoni.
“Nunca tive medo de enfrentar as dificuldades que a vida no campo traz como as chuvas, intempéries, as oscilações, principalmente de safra como o plantio da cebola que em um ano dá no outro não, e todo tipo de dificuldades que a vida na roça traz”.
Família de Guerreiros
Os Fantonis nunca se deixaram abater. Trabalharam por décadas na roça, sempre em busca de vencer. O senhor Roberto sabia que os dois filhos, Byly e Lucas só tinham uma maneira de vencer, que era estudando. Por isso, mudou para cidade de Monte Alto e Byly prestou concurso na prefeitura, passou, e Lucas estudou Engenharia formando-se e hoje trabalha em uma grande empresa.
A vida escolar
Edson (Byly) cursou o primário na conhecida escola do Benati, no Bairro Bom Sucesso. Lembra-se de algumas professoras, entre elas, Mercedes e Miriam. Após o primário, foi estudar em Vista Alegre do Alto e ao terminar, a família mudou se para Monte Alto, onde ele cursou o ginasial na Escola Jeremias e o colegial no Zacharias de Lima.
Ingressou na Faculdade de Direito, porém, não terminou o curso por questões financeiras, e ainda faz parte de seus planos, concluí-lo em breve.
O Ingresso na Prefeitura
“Comecei a trabalhar na Prefeitura quando passei no concurso, isso nos anos 2.000, o prefeito era Elias Bahdur, em seguida entrou o Donizete. Comecei com pequenas máquinas, já que o concurso que prestei era para maquinista. No começo, como tudo é adaptação, fui começando devagar, máquinas pequenas e aos poucos fui demostrando minha dedicação e galgando cargos mais altos. Hoje sou diretor de Agricultura do atual governo e cuido também das estradas, sou responsável pela sua conservação.
Saudades das Peixadas do Tio Salsicha
Perguntado sobre o que tinha saudade, nosso entrevistado foi taxativo, da minha infância livre, e principalmente dos nossos encontro de família, onde meu tio querido, Antônio Fantoni, o ‘Salsicha’, trazia aqueles peixes enormes de suas pescarias no Mato Grosso e fazia aquelas deliciosas peixadas. A gente reunia toda família e era muito divertido. Meu tio era um homem muito bom para todo mundo. Só fazia o bem, não tinha maldade.
A pior seca que já vi na vida
Fui criado andando pelas serras, desde criança já vi enchentes, secas, estiagem de todo o tipo de clima nestas muitas décadas, porém, igual à deste momento, que aliás é período de inverno, eu nunca vi. Eu que ando diariamente pela serra, nunca assisti com os meus olhos e senti com o meu coração o que tenho presenciado, principalmente com os animais. Dias atrás, você até pediu o vídeo que eu gravei enquanto eu e minha equipe almoçávamos na Serra da Água Limpa. Um grupo de macaquinhos ficava em cima das árvores secas vendo a gente comer e um deles descascava uma laranja. Cena de cortar o coração.
O Brasil em chamas
Quanta tristeza, o País está pegando fogo, literalmente! Nas serras em torno das cidades, no Pantanal, na Amazônia. Claro que o desprezo pelo meu ambiente não é só do governo federal é também de Estaduais e Municipais. Não é só soltar os fogos e sair correndo atrás da vareta, tem que existir planejamento para se evitar o que vem acontecendo em todos os níveis de governo. Tentar apagar o fogo quando ele já queimou quase tudo, não adianta!
Será que o espírito de Nero voltou à terra
Como sabemos, o Imperador Romano Nero, mandou colocar fogo em Roma. A cidade sede do Império na época ficou ardendo em chamas durante aproximadamente uma semana, e não é invenção, porque foi escrito e registrado por um historiador. Diz a História que enquanto Roma ardia em chamas, Nero, o Imperador aparentemente com distúrbio, tocava sua lira.
Em seguida, Nero colocou a culpa nos Cristãos já que o cristianismo era o tendão de Aquiles do desequilibrado Imperador.
O Brasil está em chamas, os Estados Unidos também. Não sou espírita, porém, tenho uma grande admiração por esta científica religião. Tenho amigos e familiares que praticam. Vou consultá-los, pois será que Nero voltou à terra no Brasil e nos Estados Unidos, seu maior aliado? Espero que, se isso tenha acontecido, eles não distribuam Lira para o povo tocar.
Para Refletir
Toda semana escrevo aqui uma frase de minha autoria. Porém, essa não é minha, eu ouvi do meu pai, ainda jovem.
Ele dizia: “Meu filho, o Lobo passa a vida inteira querendo comer o cordeiro, quando pega fogo no mato, os dois correm juntos, lado a lado para salvar sua pele”.
Para este momento político e de fogo na serra, a frase é propícia.