BURACO NEGRO
As cidades brasileiras sofrem um processo de deterioração urbana. Os moradores, a mídia, os governantes e por extensão todos, porque o município é o local onde vivem os cidadãos do Brasil, se preocupam, criticam, brigam porque as ruas onde transitam veículos de duas, quatro rodas, têm buracos. Até os da internete protestam com as crateras e valetas. Isso é uma cidadania pobre! O urbanismo foi criado em função do bem estar da pessoa em primeiro lugar, depois as outras coisas (coisas não são gente!). Para não complicar o entendimento do texto, que mais simplificado que isso não pode ser, vamos à conclusão do raciocínio: ninguém que vive nas cidades protesta porque as calçadas estão esburacadas, desniveladas e despadronizadas, colocando em perigo os pedestres. A circulação humana nas calçadas é um caso de saúde pública. Acontecem mais acidentes nos passeios públicos com pedestres do que nas ruas com veículos. Use seu computador, seu tablete e os seu celular para exigir direitos de sua cidadania.
TEXTUAL
No rigor latino da língua portuguesa, o objetivo pátrio do Brasil é brasiliense ou brasiliano. O brasileiro foi adotado pelo popular, quando o traficante de pau-brasil, na colônia, era conhecido como outro qualquer. Tínhamos os negreiros (traficantes de negros), os madeireiros (madeira) e os mineiros (minérios).
Atualmente brasiliense é quem mora ou nasce na capital, Brasília. Na mesma linha o correto seria brasílico.
TÍTULO
Na política nacional nunca existiu ditadores no poder. Vargas é tratado como ex-presidente e os cinco ditadores fardados que governaram o país também são conhecidos como generais presidentes. Os mesmo brasileiros se referem a Hitler, Mussolini, Franco, Lenin, Stalin, Peron, Kim Jong-Un, Mao Tse Tung e o resto, como ditadores.
LITEIRA
Através de fotos ou desenhos, todos vimos aquelas cadeirinhas usadas até o século 18, nas ruas do Rio de Janeiro, conduzidas por dois escravos. A maioria era um meio de transporte público individual, com o tempo, a cadeirinha ficou maior e passou a conduzir duas pessoas por vez. Cresceu ainda mais e passou a ser uma espécie de cama, onde a pessoal ficava à vontade. Não uma, mas duas de cada vez, mais à vontade ainda. Era o motel da época em trânsito. A cortininha escondia tudo! Os escravos, como sempre, nada viam.
BIO
Com seis anos de idade descobri que Papai-Noel não existia. Foi a primeira decepção da vida. Com 10 vezes mais idade descobri que o índice oficial de inflação no Brasil não existe. Espero que seja a última decepção.
PADRÃO
Muitas vezes é bom ser ignorante e não entender o mundo. Antes da Terra receber humanos, existia a guerra entre a espécie. No ventre materno, Jacó e Esaú se agrediam para ficar na reta de chegada na frente. Como Esaú venceu a corrida, o velho Jacó esperou um tempo e comprou a primogetura por um prato de lentilhas. Foi uma pechincha. Se Isaú se recusasse, hoje seria dono do Estado de Israel, e de quebra, da Faixa de Gaza. Sem contar com o apoio dos EUA.
Acabei m perdendo no assunto, a citada ignorância tida como boa é sobre as guerras acontecidas no mundo. Motividades ou não, elas aconteceram e muitas foram para comemorar uma data, o natal por exemplo; as partes negociaram uma trégua. E no final dela – pasmem – voltaram à carga. Se a guerra é injustificável e trégua é mais cruel ainda. Se sabedoria é isso – a ignorância é sábia!
PORTAL
No final da Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida e depois surgiu o Muro de Berlim, que foi chamado de Muro da Vergonha. O mundo ficou chocado até que em 1989 o muro veio ao chão e ficou esquecido.
Acontece que o mesmo mundo envergonhado aceita com naturalidade outro muro que está construído entre as duas Coreias, ainda que seja uma muretinha com 50 centímetros de altura, o motivo é o de Berlim: democracia e comunismo.
A cara de pau do mundo é tanta que a mídia faz uma propaganda descarada do sucesso da Coreia do Sul porque não é comunista e a do Norte com a dinastia iniciada com o avô do Kim Jong-Un, é o inferno como país.
A Coreia do Sul recebe apoio logístico e financeiro de todo o mundo ocidental, se fosse comunista, com a mesma ajuda seria maior do que a do Sul. A ONU vê tudo e fica calada.
DIDATISMO
A escola brasileira prefere a mentira doce do que a verdade azeda. Contam os livros que em 1630, nossos protetores, os lusos, expulsaram os holandeses do Brasil, Maurício da Nassau não reagiu, foi de boa! Os holandeses convocaram vários países europeus para uma reunião em Haia. Para deixar o Brasil foi pedida uma indenização de mil arrobas de ouro. Afinal, eles investiram pesado no país. Portugal aceitou e passou a pagar anualmente a quantia pedida. A Holanda era apenas uma multinacional, a pioneira do mundo: a Cia das índias ocidentais. (Leiam bem: “das índias ocidentais”. Foi constituída para o que pensar ser outra Índia no ocidente). Era o Brasil, freguês novo que pagou a conta.