DIGITALOMANIA
Encontrei um velho colega de escola junto com seu neto de sete anos. Depois dos cumprimentos de praxe e algumas lembranças do passado, ele disse que seu neto sabia tudo sobre internet, dominava o celular como ninguém. Elogiei o moleque gênio e perguntei-lhe quando era cinco vezes cinco. Ele olhou para o avô, disfarçou e não respondeu. O avô veio em sua defesa: “a tabuada do nosso tempo não é necessária agora, tudo está no celular”. Por educação, concordei e mudamos de assunto, não sem uma observação rápida. Disse que a tecnologia dispensava a tarefa de pensar, tanto que até para votar em quem governa o país não é necessário raciocinar, somos governados pelos que pensam pela gente.
PLACA
Nos estabelecimentos comerciais muitas vezes vemos plaquinhas assim: trocamos moedas. Fica subentendido que moedas são as metálicas; porém, a troca é feita em que sentido, o estabelecimento tem as moedinhas para trocar por notas ou precisa delas e trocam com cédulas?
Em um estabelecimento chinês local a dúvida se agrava porque a gente lê: troca moedas de 10-25-50 centavos. Pelo valor ficamos sabendo que são moedas metálicas, a dúvida é: eles têm as moedinhas para trocar ou precisam delas para troco?
GANGES
A Índia é a maior democracia do mundo em número de eleitores. O governo atual criou um benefício tipo bolsa-família do Brasil, com o nome de bolsa-sanitária. O cartão, distribuído gratuitamente pelo Estado, permite ao cidadão a compra de um vaso sanitário para ser instalado nas residências e estabelecimentos comerciais e de serviços. No país, o povo faz suas necessidades fisiológicas no meio da rua em público, agacham-se cobertos pelas túnicas e um do lado do outro, urinam e defecam, preferem as imediações dos rios e fontes, onde entram na água para uma precária higiene ou completar o processo. Enquanto isso, as vacas passeiam tranquilas nas ruas, seus dejetos se juntam aos das pessoas. Elas são sagradas, cada uma representa um dos 20 mil deuses hindus.
CHOFER
Um velho motorista de caminhão de Monte Alto, falecido há pouco tempo, se gabava de suas peripécias no volante. Gostava de dizer que atropelava os andarilhos nas estradas, saindo da pista pegando-os nos acostamentos. Falava que tinha matado dezenas deles. Pelo seu caráter ninguém duvidava.
TROCADO
Os carcereiros das prisões onde estão os réus da lava-jato, revelaram que quando jogam cartas nas celas, se referem ao maior assalto do Brasil, aquele de Fortaleza, em que foram roubados 174 milhões de reais, de roubo de troco. Esse valor é troquinho comparado com os desvios dos condenados na corrupção.
FRASE
“Em briga de marido e mulher não se mete a colher, pois o diabo já passou metendo o garfo”. (Eno teodoro Wanke)
CONCEITO
Um pai que tinha três filhas trabalhando de empregadas domésticas, segundo ele não tiveram estudo para outro emprego. Ele prometeu à quarta filha que ela estudaria para ter outra profissão. Assim foi feito! Formou a menina do curso de secretariado. A moça fez um currículo e foi aceita numa companhia aérea para trabalhar de comissária de bordo (antiga aeromoça), que nada mais é do que empregada no avião com as mesmas funções de doméstica.
SENZALA
No auge da escravidão brasileira no século 18, muitos cativos conseguiam a carta de alforria, comprada ou ganhada do seu senhor. Eles passavam a trabalhar por conta ou de empregados no comércio, desempenhando várias funções, como os brancos. Eram conhecidos como negros forros. Muitos ficaram ricos e compravam escravos para alugar. Um estudioso inglês veio ao Brasil para saber o que pensavam os libertos. Eles desejavam ter cavalos, cabras, terras para cultivo e antes de qualquer coisa, até da casa própria, queriam ter escravos.
DESEJO
Quando um filho de fazendeiro fazia aniversário e o pai perguntava o que queria de presente, a escolha sempre era um moleque escravo para brincar de cavalinho. O presente do moleque passava a morar na casa-grande até crescer e voltar à senzala ou ganhar a alforria. Muitos moleques de quinze anos ou mais, como presente de aniversário pediam uma menina escrava, com a qual tinham a iniciação sexual. Muitos brancos, mesmo crescidos, preferiam moleques!
TRONCO
A Igreja Católica, religião oficial do Brasil colônia e imperial tolerava a escravidão como normal. Até religiosos tinham escravos, muitas paróquias eram cuidadas por escravos. O padre Rolim, um dos líderes da Inconfidência Mineira, foi absolvido pela Coroa, porém, perdeu todos seus bens, entre seus pertences no testamento constavam 30 escravos, que ele alugava aos fazendeiros, uma renda e tanto para a época. Outros clérigos também faziam isso.
No final das missas, os padres convidavam os fieis para comparecer na próxima celebração, com o pedido: tragam seus escravos! Os escravos acompanhavam os donos. Ficavam do lado de fora da igreja.