DUCOR
Uma ideia falsa é a afirmação de que a Educação vem de casa e o aprendizado acontece na escola. A criança recebe em casa a cultura comportamental e na escola a educação propriamente dita, que abrange a alfabetização, os ensinamentos básicos intelectuais, cívicos, morais e conceitos de cidadania. A arte pode ser opcional, assim como a política.
O professor no Brasil é qualificado para lecionar seguindo um currículo do Estado, o qual obriga o aluno a aprender o que ele não quer aprender. Educação, no rigor do termo, é conduzir alguém a seguir o caminho que ele quer e gosta. Quando o professor coloca uma nota no caderno do aluno ele está de acordo com a nota, premiando-o ou castigando-o, causando uma euforia ou revolta, ambas falsas. Há uma generalização dos professores quando percebem que o aluno não gosta de determinada matéria: ele não gosta de história. Não se trata disso, o aluno não gosta de determinada parte da história. Basta mudar o foco da matéria para que o aluno se interesse. Muito comum nas escolas é ouvir: ele detesta matemática. Vale o exemplo da história logo acima: onde um aluno vai usar raiz quadrada na vida prática?
Na aula inaugural, o professor precisa, diante dos conceitos educacionais, se apresentar à classe dizendo que está ensinando-os e aprendendo com eles, ou seja, aluno e professor ao mesmo tempo, porque ele é a árvore e os alunos são as sementes.
ENLACE
Todos os matrimônios são casamentos, nem todos os casamentos são matrimônios. Casamento é união de duas pessoas sem filhos, matrimônio é a união com filhos. Desde a primeira união conjugal existe a infidelidade. Curiosamente, o cônjuge traído se revolta porque a infidelidade envolve a relação sexual. O que causa a separação é o sexo compartilhado, o que antes do casamento era comum entre os hominídeos, ou seja, o macho saia conquistando fêmea e esta ficava esperando macho o tempo todo. Os dois não exigiam fidelidade.
O atual famoso “chifre” tem a dor maior na traição sexual. Se um cônjuge trai o outro platonicamente, tudo fica na boa! Lembrete: amor platônico é aquele que não tem contato físico. Platão faturava meia Grécia apenas com o pensamento. Nenhum marido se queixava!
FRASE
“Deus deu asas ao Homem, chamando-as de livre arbítrio e as religiões inventaram a gaiola”. (Rubens Alves, escritor mineiro).
VISÃO
Gente demais diz “deslocamento de retina”. Ela não sai do lugar, nunca desloca. O problema da visão é descolamento de retina (do verbo descolar).
A cirurgia de catarata é muito comum depois da chamada “melhor idade”. Um sujeito, após a cirurgia, ouviu o oftalmologista dizer “agora o senhor vai enxergar o que nunca mais viu”. Ele diz que até agora não viu nenhuma nota de cem reais, o que não via faz tempo. Um outro, depois da cirurgia voltou para casa, viu tudo claro e brilhante. Olhou bem para a mulher. Pediu divórcio!
TERCEIRO TIRO
Um dos melhores filmes de Alfred Hitchkoc é o Terceiro Tiro. O nome foi lembrado porque aconteceu uma tragédia com a família Vargas, envolvendo três tiros. Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas, então presidente da República do Brasil se suicidou no palácio do Catete, no Rio de Janeiro, com um tiro no peito. No ano 2.000, seu filho fez o mesmo no Rio Grande do Sul, e no início deste mês, seu neto repetiu o gesto. Os três se suicidaram com tiro no peito.
NOME EM VÃO
A religião repete que não se deve usar o nome de Deus em vão. Muita gente usa e abusa do apelo ao divino. Jogador de futebol vence um jogo com graças a Deus. Se perde um gol, não alega que Deus é amigo do goleiro. Deus é lembrado em quase tudo que é materialidade. Bicicleta comprada, moto adquirida, carro financiado (nesse caso quem deve graças a Deus é a financiadora). Os traficantes quando vendem a droga toda dão graças a Deus. Os ladrões que escapam do assalto agradecem a Deus. E assim vai!
MGM
Em anos da década de 60, o cinema era tudo. Os EUA dominavam o mercado. Eram os heróis em todos os filmes. Se era norte-americano era bom, japonês, mexicano, alemão, italiano, caribenho, tudo bandido. Enfim, o brasileiro engolia tudo. Nosso povo gosta de lixo. Outro dia mesmo um sujeito disse que adora filmes com Steve Segal, que é forte e defende o povo. Ninguém luta igual, acrescentou.
A gente fazia parte do esquadrão de alienados (era assim que rotulavam a gente na imprensa). Um ícone que todos faziam questão de vibrar quando aparecia rugindo na tela: o leão da Metro.
DESEJO
A vida é única. Ninguém sabe quanto dura. Curta ou longa nunca o tempo é suficiente para a gente fazer tudo o que deseja. Alguma coisa ficará de sobra.
Os desejos são muitos. Alguns desejariam ter todo o dinheiro do mundo. Outros um porta-aviões. Também há quem queria ter uma fazenda do tamanho da Austrália. Mulheres queriam homens bonitos e estes mulheres lindas. Fico fora da lista – desejaria ter lido todos os livros editados da Terra, em português.