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POLITIKE
Não foi a humanidade que inventou a Política. Os humanos são o que somos hoje porque foram moldados pela Política. Antes do atual Homo, os primatas que existiam eram os últimos na cadeia alimentar, eram presas fáceis, sérios candidatos ao extermínio, como de fato foram. Usando a Política a seu favor, o Homo sapiens, cujo nome deveria ser Homo politicus, saiu da última posição e foi ao topo da escala, dominando a natureza ou adaptando-a para sobreviver e chegar nos denominados tempos modernos.
Os velhos primatas, que sonhavam em se tornar humanos, eram alvos de piada dos gorilas, tigres, leões, elefantes, ursos, águias e outros predadores de plantão, que riam dizendo que “estavam caçando humanos nas horas de folga”. Faziam isso com a maior facilidade, porque o primata Homo, como hoje, nadava mal, andava lento, não voava, enxergava pouco, tinha visão fraca e musculatura flácida. Todas as espécies da natureza usavam o Homo para treinar os filhotes de caça.
A fraqueza dos humanos da época acontecia porque o sistema de vida era o individualismo. Cada um fazia o que achava melhor e o que tinha chance maior de sucesso. A pesca era a atividade básica do velho Homo, cada um pescava individualmente e comia seu peixe exclusivamente. A política não era a socialista ou a comunista, que fariam a pesca farta, se feita em comum e consumida socialmente.
Na atividade individual, quando havia pesca, o primata preparava o peixe e distraído nisso, se tornava alvo fácil para a predação. Quando conseguia preparar o peixe, devorava a parte suculenta, deixando o rabo e a cabeça para o gato e o cachorro, que a partir dessa conveniência se tornaram animais domésticos. O cão porque tinha especialidade de proteção do Homo, tornou-se o guarda preferido da humanidade sobrevivente. O cão protege o seu melhor amigo, que segundo o Homo é ele mesmo. Quem afirma que o Homo é o amigo preferido do cão pode provar a tese, deixando de alimentar o auau. O amigo dele é a comida que os humanos lhe dão, ainda que seja rabo ou cabeça de peixe.
Foi assim que a Política dominou o Homo, salvando-o da extinção, fazendo com que se tornasse sua criação e semelhança, o Homo politicus!

MOEDA
O dinheiro foi uma invenção política, desnecessária e descartável, que a humanidade o tornou uma divindade. O dinheiro pode não comprar saúde, porém, compra a atenção do médico, não compra o céu, mas compra um paraíso na Terra. Também a felicidade não chega com o dinheiro, por acaso quando a grana vai embora a felicidade fica? Antes que a Casa da Moeda no Brasil tivesse condições de imprimir notas de dinheiro, as cédulas eram impressas nos EUA, na gráfica Thomaz de La Rue. Todos os selos da burocracia nacional também!

MUNDINHO
O mundo é pequeno! Quando a gente pergunta a alguém de uma família com cinco pessoas, quem vai viajar, a resposta é invariável: Todo Mundo!

BULE
Depois da água, o café é o líquido mais ingerido da Terra. Em seguida vem o chá, ou a infusão de várias ervas específicas de cada região. O chá se tornou um nome genérico das tais infusões. O café é um nome de referência em mais da metade do planeta. Ninguém toma o leite-da-manhã ou o suco-da-manhã, toma sempre o café-da-manhã, ainda que não tenha, de fato, o café.
No Brasil, que foi o maior produtor de café (ainda é?) nunca tece o arbusto nativo, a primeira muda e as primeiras sementes vieram da Guiana, através de contrabando. Foi Francisco de Mello Palheta, conhecido como Chico Palha, que furtou as sementes e mudas escondido dos donos guianeses e atravessou a fronteira, vendendo-as para um fazendeiro no Pará. Isso foi no século 17!

FARDINHA
Em 1850, no recôncavo baiano, uma baianinha cansada de varrer a cada da madrasta na fazenda onde morava, fugia para o quintal a fim de brincar de soldado. Ela cresceu e queria que em 1865 o pai a levasse à sede do exército brasileiro em Salvador para ela se inscrever como Voluntária da Pátria. O pai alegava que mulher não podia ser soldado, o que era fato, porém, Maria Quitéria não acreditava. Certa noite, fugiu de casa, cortou os cabelos, vestiu-se de homem e se apresentou ao comando das forças nacionais, depois de andar a pé, três dias seguintes, de casa a Salvador.
Enganou o comando e foi aceita como voluntária, vestiu uma farda, recebeu uma espada e um fuzil. Depois de uma semana de treino, foi para a frente de batalha enfrentar os paraguaios, fazendo parte de um batalhão de elite do exército, comandado pelo então tenente Caxias, que viria ser Duque e herói do Brasil, ao final da guerra. Maria Quitéria lutou com bravura, mesmo tendo a identidade descoberta, ficou alguns dias no exército e foi exonerada. Casou-se com um soldado, teve vários filhos, morando nos arredores de Salvador, ficou viúva e morreu com 60 anos, de morte natural, totalmente cega e esquecida. Segundo os soldados que lutaram com ela, sua bravura e coragem ultrapassaram os limites militares.
Maria Quitéria, depois de morta, foi reconhecida heroína brasileira, trocadilho à parte – nessa altura Inês é Morta!


Todas as manhãs uma velha beata sai na porta de casa e diz:
– Deus, obrigado por manter esta casa longe dos tigres!
A empregada da casa que ouve isso todos os dias, diz à patroa:
– Senhora, na nossa região não existe tigres!
– Está vendo! Minhas preces são ouvidas! Responde a velhota.

Registrando

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