DEMOS
Os países que se identificam como democratas são politicamente frágeis, necessitam de forças policiais de comando direto, para que a população não exerça sua cidadania plena, contestando a omissão do Estado na condução básica do país.
No caso do Brasil, a força policial é dividida entre os Estados/Membros e subdividida em corporações, como Polícia Militar e Civil, para que um comando único não coloque em risco a federação, que por precaução tem a Polícia Federal. Se um Estado precisa de policiamento para manter seu “status” democrático, contraditoriamente não exerce uma democracia, cujo pressuposto é o exercício da liberdade do cidadão sem a interferência governamental, como representante do Estado.
No mundo todo argumenta-se, independente do sistema governamental, que o Estado tem força policial. Isso é fato, porém, a polícia não existe para proteger o país, leia-se, governo, do cidadão e vice-versa. As forças policiais defendem a Constituição, que é a legitima identidade do Estado. Se a Polícia desempenha o papel de escudo aos dirigentes, o sistema é ditatorial, colonialista ou imperialista, jamais uma Democracia.
O Estado Democrático, quando sofre qualquer interferência, perde sua identidade e exerce automaticamente um maquiavelismo característico das trevas medievais.
VEREADOR
Na velha Roma, muitos cidadãos, ao se acharem importantes para o império, queriam um cargo de senador. O número de vagas ao Senado era limitado, a idade exigida era acima de 50 (senil: senado). Quando a idade não preenchia as vagas, poderia ser menor. Quanto aos novos pretensos a cargos públicos, tinham que se contentar com uma nomeação a Edil (vereador), cuja função era cuidar dos prédios (edifícios) públicos, mesmo o do Senado.
FRASE
Antes ser ateu do que católico hipócrita (Papa Francisco I).
BISTURI
O grego Hipócrates foi o pai da medicina. O juramento dos médicos é de autoria dele. Hipócrates foi contemporâneo de Artaxerxes, rei da Pérsia e maior inimigo da Grécia. Quando o surto de peste assolou a Grécia, Hipócrates conseguiu combatê-lo com sucesso, enquanto na Pérsia a doença matava milhares. Artaxerxes enviou um mensageiro para Atenas para convencer Hipócrates e partir para seu país, para dizimar a peste. O pai da medicina não aceitou, recusou as ofertas do rei Persa, que faria dele o homem mais rico do mundo. Ele havia jurado fidelidade à Grécia.
ARTE
Um programa de TV deu uma notícia que um museu da Europa havia sofrido um assalto. Entre as peças roubadas havia um afresco de um pintor italiano. Roubar afresco não era fácil, porque essa obra se refere a uma pintura feita diretamente numa parede, com o reboco ainda fresco. Fácil de roubar não foi, porém, seria possível, porque um afresco pode ser recortado da parede, essa operação se chama extrapolo, que deu origem ao verbo extrapolar.
PÃO DURO
Nos sábados de madrugada, quando a gente chegava em casa, no trajeto era comum ver um padeiro entregando seus produtos de casa em casa. A fome obrigava o pessoal a comprar uma bisnaga ou um pão-doce para comer no meio da rua mesmo. Essa era a prática honesta, para quando tinha grana. Acontece que às vezes, ou quase sempre, faltava a dita cuja, foi quando a escolha era surrupiar “o nosso de cada dia” diretamente das sacolas das residências. A coisa tornou-se abusiva que chegou na polícia. Não deu em nada, roubo de pão era crime famélico!
MARIA-FUMAÇA
Os velhos se lembram da Estrada de Ferro Melhoramentos, um dos maiores empreendimentos particulares do Município de Monte Alto. O maior acionista foi Luiz Zacharias de Lima, juntamente com outros menores. A política local funcionava a todo vapor e o proprietário da ferrovia recebeu várias sugestões para mudar o trajeto da estrada. O maior desvio aconteceu com a Estação da Tabarana, que a partir de lá, seguia para Vista Alegre do Alto. A estação mudou de local para atender o maior cafeicultor da cidade, Jeremias de Paula Eduardo, cuja fazenda, a Esperança, conta com 200 mil pés. O fazendeiro traçou um trajeto, de onde os passageiros tinham uma vista privilegiada da sua plantação.
DORMENTE
O trenzinho, como era carinhosamente chamado, tinha sua subida mais íngreme na fazenda do Dr. Júlio Raposo do Amaral, subia para quem partia de Monte Alto para Vista Alegre e descida no sentido oposto, é óbvio! Ao subir, o trenzinho patinava (Patinar é o correto, vem de pato), por dois motivos: o primeiro era a tração da locomotiva e o segundo era um “sabãozinho” que a gente passava nos trilhos. Quando os funcionários da ferrovia descobriram o sabão, eles levavam uma lata de areia, com a qual passavam sobre o sabão, que tornava os trilhos de lisos para ásperos. A velocidade na subida era tão lenta, que muitos passageiros subiam a bordo, com os vagões em movimento. Isso eu vi uma vez, uma única vez: um cara subiu no vagão final com um bezerrinho no colo!