O sonho de um pai e uma mãe é que o filho construa uma carreira na medicina, na advocacia, na engenharia, entre outras profissões que possa trazer uma estabilidade financeira. O maior susto e talvez a maior decepção, é quando este mesmo filho decide seguir aquilo que o chama por dentro. É uma voz inspirada nos tantos mestres que ele teve ao longo do tempo. Simplesmente ele decide seguir a carreira na docência. Em tempos onde o professor não é valorizado e tendo que trabalhar em condições de extrema precariedade, acaba se tornando um tormento para os pais que planejavam outros caminhos na profissão do filho. Quando vejo situações como essas, vem a minha memória as famílias do século XIX que traçavam o caminho dos filhos. Eles decidiam a profissão que o rebento deveria seguir. Vocação profissional ninguém interfere. Cada ser humano nasce com a sua e ninguém pode desviá-lo do caminho a seguir. Há tantas pessoas que estão na profissão porque – a pedido da família – acham que deveriam continuar o ofício exercido desde os antepassados. O que tem de errado na docência? Tudo bem que não vivemos – ou nunca vivemos – um momento propício para a profissão, pois a tecnologia vem sendo um grande rival para nós professores que incentivamos nossos alunos diariamente a pegar o hábito pela leitura, mas nunca desistimos de realizá-la com esforço e determinação. Ser professor é para poucos. Poucos sabem do verdadeiro valor do ofício. Quando um jovem decide seguir esta linda profissão, a família deveria se orgulhar e não se envergonhar. Somos construtores de sonhos. Somos a magia que toca o coração de uma criança quando os pais acham que tudo está perdido. Somos sorrisos, alegria e principalmente inspiração. É a única profissão que forma outras profissões. É a única profissão que consegue plantar uma semente e acompanhar a sua evolução até o fruto gerar. Ser professor é questão de orgulho. É para poucos. E se for escolher a docência por falta de opção, é melhor desviar o seu foco da sala de aula. Não precisamos de presença física, mas sim a espiritual. Professor trabalha com o seu espírito, pois é nele que está lapidada a arte de ensinar. A família não pode desmerecer a escolha do filho quando ele opta ser um docente. Simplesmente ele escolheu não só uma linda profissão; escolheu ser herói. Aquele que não existe em epopeias e nem na fantasia. Trata-se de um verdadeiro herói. Aquele que acredita nos sonhos e faz de tudo para realizá-lo.