Relatos da docência – Parte IV

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Para terminar estes relatos da docência, vou explanar um relato mais importante – o ato de ser professor. Nós sabemos que a cada dia que passa a licenciatura vem perdendo espaço para outras profissões. É comum ouvirmos quando falamos que somos professores frases como “Nossa, que coragem”, “Coitado, você é professor?”. Sabemos que essa perda de espaço está vinculada a vários fatores: salário, a falta de respeito com o docente e as condições críticas de trabalho em que somos inseridos. Pois bem, como eu já disse em publicações anteriores, professor não se forma, ele nasce com a docência no espírito. Antigamente as crianças gostavam de brincar de escolinha; tentavam imitar a professora da sala e quando perguntávamos o que queriam ser quando crescerem a resposta era unânime – professor. Hodiernamente não é bem assim. As coisas mudaram e os interesses são outros. A docência vem perdendo o encanto para as crianças. É claro que para essa perda existem os seus motivos. Vivemos num mundo de muita tecnologia e criança nenhuma vai querer substituir um tablete ou celular por um giz e uma lousa colocada no fundo do quintal. Pois é, no fundo do quintal. Desde muito cedo já percebemos a desvalorização da profissão. Uma lousa colocada no fundo do quintal já denota que aquele tipo de brincadeira não tem os seus valores. Voltando a questão deste relato – o ato de ser professor – já tentei me imaginar fora da profissão. À vezes queremos buscar algo fora da educação, mas quando se nasce com essa docência de espírito fica difícil tentar encontrar o novo. Quando se exerce o ofício com a dedicação devida e percebemos que estamos gerando bons frutos, ficamos mais ainda apaixonados pelo ofício. Creio que esta satisfação de passar conhecimento, valores, cidadania, respeito e traços para os sonhos, só existe na docência. Ela é o único ofício que acredita nos sonhos e é capaz de recuperar as almas que desde cedo já sabemos que irão se perder pelo meio em que ela vive. Essa recuperação de alma não é feita através da transmissão de conhecimento, mas sim no ato de carinho, diálogo, afeto e respeito. E quem tem este superpoder somos nós professores. É por isso que deixo aqui o meu relato da docência falando sobre ela. Em tantas dificuldades em ser professor num país que não prioriza a educação, eu continuo amando o que faço e vou carregar esta bandeira de que um país melhor só se consegue através de uma boa educação. É claro que não o poderei fazê-lo sozinho, mas o fato de inspirar outras crianças que passarão pelas minhas mãos, ainda gera uma esperança – a esperança de um dia a docência voltar a ser respeitada e ser sinônimo de brincadeira entre as crianças. Mas que desta vez a lousa fique num ambiente em que ela possa ser privilegiada para que futuramente estas mesmas crianças cresçam com o devido respeito que nós professores damos a elas. Afinal, independente do tipo da lousa, é ali que traçamos os meios para transmitir e compartilhar conhecimento.

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