Essa vida que foge
entre meus dedos fechados
são pedaços de existência
que se misturam com meus medos
e viram restos
do meu passado.
Esta minha vida
é peça sem enredo
com personagens calados
fazendo papéis definidos
tentando representar
pequenos arremedos.
Cada dia se esvai sem que eu permita
ou impossibilite.
Maldigo a minha falta de ousadia
e a minha estória não me parece
bem escrita.
Choro por tudo que não fiz
e que devia.
Choro a dor da despedida
de um grande amor:
Vida em marcha lenta
sem a luz
de uns olhos azuis.
Vivo assim
esta minha vida de utopia…