Esta semana conto um pouco da história do amigo Orvile Busnardi, porém, quero dedicar a coluna na qual procuro contar um pouco da historia das pessoas que ajudaram a fazer esta Cidade ao meu amigo, assíduo leitor do O Imparcial, André Pinter Filho, que me confidenciou ser fã incondicional desta coluna. Todos os anos, no mês de dezembro, André propociona um espetáculo a parte na época natalina, enfeitando sua casa com uma decoração diferenciada, com lindas imagens de Papai Noel. É isso aí André, ter seu prestígio é muito gratificante para todos nós.
Orvile Casteleti Busnardi, nasceu no dia 11/08/1930, em Itajobi. Filho de José Busnardi e Emília Ferrarini Busnardi tem três irmãos: José (in memorian), Arlindo e Marilene.
Casou-se com Shirley Maria David, que conheceu na cidade de Urupês, onde residia. Orvile conta que foi no ano de 1962: “ela foi passear lá, nós nos conhecemos e começamos a namorar. Eu vinha sempre para namorar com ela aqui em Monte Alto; no mês de maio de 1965 nos casamos”. Da união nasceram os filhos Cláudia e Júnior, e os netos Felipe, Fábio, Vitor e Guilherme.
OS ESTUDOS E O TRABALHO – “Frequentei a escola do primeiro ao quarto ano em Pindorama. Depois, comecei a trabalhar no Cartório daquela cidade, onde fiquei por dois anos. Trabalhei também em Catanduva como gerente da Casas Pernambucanas durante 15 anos.
LOJA CLÁUDIA BOUTIQUE – “No comércio de Monte Alto abrimos a loja chamada Cláudia Boutique, que ficava na rua Nhonhô Livramento, próximo onde é o Bradesco. Lá ficamos por 13 anos ai depois comprei aqui, que era uma casa velha e foi então que construí este prédio onde estou até hoje com meu comércio. Só no mesmo lugar estou há mais de 30 anos. Vendemos fogos de artifícios, papelaria, confecção, brinquedos…”
CASA LOTÉRICA – “Eu montei a primeira loteria de Monte Alto no ano de 1970 e atuei neste ramo até o ano 2000. A minha lotérica era a que mais faturava na região. No início, eu pegava um ônibus e levava os jogos para São Paulo, onde eles eram computadorizados e aí eu voltava com os jogos. Depois, a Caixa aperfeiçoou as máquinas e tudo ficou mais fácil. Antigamente era só a loteria esportiva, depois de muito tempo vieram a Loto Fácil, a Mega Sena. Só existia minha lotérica na cidade, uma vez, vendi uma loteria para uma pessoa de São Paulo e saiu o prêmio de dois milhões. Teve também uma vez que meu funcionário, o Manzato, ficou com um jogo e ganhou quase um milhão. Quando alguém ganhava, chamava bastante atenção do pessoal e vinha muita gente da região apostar na loteria.”
CLUBE – “Fui Presidente do Monte Alto Clube vencendo sete eleições seguidas, totalizando 14 anos. Meus amigos de chapa na Diretoria e no Conselho do Clube foram o Valdir Fantini, Dr. José Rodrigues, Nelo Daneluzi, Euclídes Perdonatti, Mirinho, José Carlos Consone, Raul, entre outros. Era uma diretoria formidável, fizemos muitas mudanças no clube, entre reformas, ampliações e melhorias. Hoje sinto muita tristeza por ver que o clube não existe mais. Fazíamos muitas ações para o Monte Alto Clube ter movimento, até aumentamos a parte da boate para fazer as brincadeiras dançantes”.
BAR DOS BOÊMIOS – “Era o Nei que comandava o bar que nós montamos dentro do próprio clube, o pessoal se divertia muito, lá eles ficavam até tarde bebendo, comendo, dançando e cantando. Quando se juntavam, varava a madrugada, todos que gostavam da noite, inclusive você, Alencar, que vi várias vezes participando da boemia (risos). O ex-prefeito Gilbertão estava sempre cantando acompanhado do Bergo, que toca hoje com vocês nos seresteiros”.
O CONTADOR DE CAUSOS – Orvile sempre foi grande contador de causos e piadas, um dos causos contado por ele com carinho foi do Confusão, que foi uma figura folclórica dos anos 60,70 e 80 na cidade . “Uma vez, Alencar, lá pelos anos 70, eu pedi para o Confusão ir até Catanduva visar um cheque para mim, e eu não encontrava mais ele, até que o encontrei e perguntei: Confusão, cadê o cheque? Ele respondeu: ficou lá seo Orvile. – Como lá rapaz, e agora? Ele disse: o cheque ficou lá, só que eu trouxe o dinheiro; tá aqui. E me deu todo o dinheiro do cheque direitinho. Ele podia ser confuso, mais era honesto”.
CARNAVAL – “Tínhamos um movimento no Carnaval de quatro mil pessoas por noite. Todas as noites quem tocava era o tradicional conjunto Sambalanço. O famoso bloco Plumas e Paetês passava todas as noites da folia em Monte Alto. Eles vestiam cada noite uma fantasia diferente e vinham em mais de 200 pessoas. Era um verdadeiro glamur as fantasias que eles usavam, o bloco dava um visual diferente ao nosso carnaval do Monte Alto Clube. Quando deixei a Diretoria, eles deixaram de vir para o carnaval de Monte Alto. Além deles, eram mais 15 blocos que participavam do carnaval de salão sempre com o som do sambalanço.
No meu tempo, as músicas mais tocadas eram as marchinhas de carnaval, nós premiávamos as pessoas com as fantasias mais bonitas e também os blocos mais animados. Cheguei a pegar um pouco da mudança de ritmo, mas sempre predominaram as tradicionais marchinhas. Na minha época, trouxemos vários artistas renomados para os bailes, o clube ficou muito famoso na região”
MENSAGEM – “Gostaria de deixar para os jovens, que são muitos, a sugestão pra que eles sigam um pouco do exemplo que eu tive de trabalhar muito, com honestidade, educação, para levar sempre adiante o nome de Monte Alto”.