A ajuda, em alguns momentos de nossas vidas, é necessária e bem-vinda. Por ajuda devemos entender não só uma consulta médica ou atendimento especializado, mas um ouvido amigo, um ombro disposto a receber nossas cabeças cansadas ou desanimadas, um olhar solidário ou compreensivo, uma palavra de conforto ou de entendimento, um abraço, um sorriso, momentos que encontramos nas situações mais inusitadas ou mesmo das pessoas que menos esperamos.
Muitas vezes somos os ajudados e, outras tantas, somos os que ajudam. Ajudar e ser ajudado. Dar e receber. Em alguns momentos, precisamos daquele amigo ou familiar por perto e em outras situações somos solicitados para preencher este lugar.
Demonstrar ou precisar de ajuda, seja ela profissional ou não, não é ruim, não indica fraqueza de personalidade ou loucura (como pensam alguns) e muito menos é real a fala de que “não vou falar da minha vida para um desconhecido”.
Quando falamos de ajuda profissional – seja uma consulta, uma orientação ou um tratamento – podemos colher opiniões muito diversas sobre este tipo de trabalho. Alguns acham tempo perdido, outros acham que é bom, mas não resolve e outros (principalmente os que já viveram a experiência) incentivam e reforçam a importância.
Perceber que não estamos bem ou mesmo que estamos confusos e precisamos de um direcionamento é um sinal de maturidade, de autocuidado e respeito próprio. Todos nós deveríamos olhar para nós mesmos com mais atenção e carinho, avaliar e refletir sobre os sentimentos e as situações que vivemos e, então, reconhecer que podemos, sim, precisar do outro.
A resistência em reconhecer que não vivemos sozinhos, que nossos problemas podem e devem ser compartilhados, limita a possibilidade de ajuda e bloqueia a conquista do bem-estar emocional e da busca por uma melhor qualidade de vida.
Quando nos permitimos e permitimos ao outro ouvir, falar e fazer, conseguimos perceber soluções que antes pareciam não existir e passamos a enxergar nossos problemas através de perspectivas que antes não era possível ver.
Claro que existem os momentos e as pessoas certas tanto para conversarmos sobre uma dificuldade que estamos passando quanto para saber ouvir e respeitar o conteúdo da situação que vivemos. Pessoas que falam tudo para todos, e aqui podemos acrescentar a exposição desnecessária da vida nas redes sociais, também acabam se envolvendo em situações difíceis e até constrangedoras. A velha máxima de que existe lugar e hora certa para tudo também vale aqui.
Quando vivenciamos uma situação na qual não conseguimos encontrar soluções adequadas ou mesmo que nos sufoca ao ponto de interferir em nossa rotina, é importante reconhecer a hora de parar de lutar contra nós mesmos e os pensamentos que fervem em nossas cabeças, superar os preconceitos e aceitar ser ajudado. Existem vários caminhos para isto. Mas, até mesmo para ser ajudado é preciso que haja nossa permissão e nossa vontade.