A Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Regional de Jaboticabal confirmou, por meio do seu Diretor Técnico Engenheiro Agrônomo Dr. Antônio Sena Filho, o primeiro caso de raiva em bovino em Monte Alto neste ano. A raiva é uma zoonose grave e letal para os animais e seres humanos. No meio rural, os animais mais comumente afetados pela raiva são os bovinos e equinos, mas todos os mamíferos são suscetíveis à doença. Estes animais, quando doentes, apresentam sinais neurológicos, sendo que os mais comuns são incoordenação motora, paralisia dos membros e salivação.
Existem duas maneiras de controlar a raiva em herbívoros, uma através da vacinação do rebanho e outra pelo controle populacional dos morcegos hematófagos. Apesar da vacinação contra a raiva não ser obrigatória, é recomendado que os produtores rurais vacinem os animais nas regiões onde existe ocorrência endêmica da doença e onde o relevo regional favorece a existência dos abrigos para o morcego transmissor. Também devem ser vacinados animais de propriedades vizinhas de onde há relatos de mordidas por morcegos ou casos positivos. O controle populacional dos morcegos hematófagos é de extrema importância, pois eles são os transmissores da doença. Tais animais geralmente buscam abrigos em tocas, grutas, bueiros, túneis, minas, casas abandonadas e ocos de árvores.
O médico veterinário da Defesa Agropecuária de Jaboticabal, Dr. Eduardo Okada Nakaghi, esclarece que a Coordenadoria de Defesa Agropecuária possui equipes de técnicos que realizam o trabalho de monitoramento e controle dos abrigos do morcego hematófago. O controle é feito através da visita periódica aos abrigos cadastrados com captura de morcegos. Após a captura, é passada pasta vampiricida no dorso dos mesmos que, posteriormente, são soltos para retornar à suas colônias. “Como os morcegos têm o hábito de lamberem um ao outro, eles contaminam outros da espécie, reduzindo a população e os ataques. Além disso, alguns exemplares dos morcegos hematófagos capturados são encaminhados para o Instituto Biológico de São Paulo, para diagnóstico da raiva”, comenta o médico.
Sempre que há uma suspeita ou diagnóstico positivo para raiva animal, uma equipe de controle é mobilizada para realizar a inspeção no local do foco e do perifoco, que é a região delimitada de 10 quilômetros da ocorrência, e é feita a comunicação ao órgão de Saúde para prestar atendimento às famílias. Durante essa visita, a equipe inspeciona os abrigos já cadastrados da região e, com a ajuda dos produtores, tenta localizar possíveis novos abrigos. Os técnicos também orientam os produtores rurais sobre o controle da doença, o uso da pasta vampiricida nos animais que apresentam mordeduras por morcegos e a vacinação em regiões de risco. “É importante lembrar que os morcegos não devem ser manipulados. Se na propriedade rural houver animais com sinais de raiva ou com mordeduras de morcegos, o criador deve comunicar ao órgão oficial de Defesa”, orienta a médica veterinária da Defesa Agropecuária de Jaboticabal, Dra. Hinig Isa Godoy Vicente .
Maiores esclarecimentos podem ser obtidos na Defesa Agropecuária em Jaboticabal, localizada na Avenida Eduardo Zambianchi, 101 – Vila Industrial, email: eda.jaboticabal@cda.sp.gov.br, ou pelos telefones (16) 3203.3900 e 3202.3574.
Fonte: Informativo Rural