Esta última flor do Lácio, a língua portuguesa, tem sido mais sepultura do que flor. Inculta e bela, como diz o poema de Olavo Bilac, desconhecida e esplendorosa, a língua que falamos e escrevemos, em tempos de excesso de tela, deixou de ser apreciada, na escrita, como deveria. Talvez, querido leitor, você tenha se perdido com tantas vírgulas nos períodos anteriores. Mas é o que é. Aliás, esqueça a lenda de que a vírgula só se usa quando se respira. Por favor! Voltando à sepultura desta flor do Lácio, os inúmeros erros ortográficos, de regência e de concordância em edições de vídeos, postagens entre outras situações, têm banalizado muito a escrita e a colocado numa posição anárquica e preocupante. É preciso lembrar, primeiramente, que a língua falada é situacional e ela varia de acordo com o contexto. Os linguistas afirmam que não há erro gramatical quando a comunicação é transmitida. É exatamente isso que passo para os meus alunos: a diferença entre fala e escrita.
Todavia, a escrita é padrão. Existe uma gramática a ser seguida para a construção textual, exceto nos casos em que o objetivo é construir com veracidade a fala de um personagem ou quando o texto é literário. Quando se trata de uma linguagem denotativa cujo objetivo é trazer uma informação, a língua escrita segue o que rege as normas gramaticais. Entretanto, por ai, não é o que vemos. Os erros grotescos de ortografia têm escancarado o seu mau uso nas redes sociais. Já presenciei grandes lojas da cidade com erros pecaminosos de escrita, sem contar as frases e orações que geram ambiguidades. Volto a dizer que, em terras de quem escreve tudo errado, o bom leitor e escriba se torna rei. Nenhuma inteligência artificial superará a subjetividade de um bom escritor, porque suas palavras não tem emotividade e nem sentimentalismo. Com o avanço das redes e o número de nomofóbicos aumentando, a tendência é piorar cada vez mais os textos produzidos na internet.
Como amenizar os erros? Não é estudando uma gramática que se aprende a escrever melhor. É lendo e escrevendo que se aprende. Com a leitura, você constrói repertório vocabular; com a escrita, você aprende com os erros e com a curiosidade de aprender a grafia correta das palavras. Parece simples? É muito simples. Basta que você deixe seu celular encostado por horas e pratique o que eu sugeri. Tenho certeza de que o seu corretor não irá mais corrigi-lo ao escrever pela internet. Tente.