FESTA DE AGOSTO
O nome popular da Quermesse do Senhor Bom Jesus sempre foi Festa de Agosto, no dia 6 do mês, último dia das comemorações, havia tanta gente que logo se tornou genérico para identificar a presença de uma multidão em qualquer dia e hora, ou qualquer local. Onde se aglomerava gente logo se dizia: parece a festa de agosto – os mais velhos ainda usam a referência.
Em um determinado ano um padre mandou publicar um cartaz sem o “Bom” onde se lia Quermesse do Senhor Jesus alegando que a própria figura de Jesus prenunciava a Divina Bondade. Quando o padre mudou se paroquia tudo voltou à tradição. Na Festa de Agosto comparecia devotos do brasil todo, até de Belém do Pará, foram identificados veículos nos dias comemorativos tanto pagãos como religiosos.
FESTA DE AGOSTO II
Em 1963 este que mal vos escreve junto com o amigo, Celso Carlos Tosette, fomos a uma noite à Festa de Agosto, ele com mais grana, eu como sempre, com muito menos, ambos passamos a “jogar” na barraquinha do avião, era um estande em que rodava um aviãozinho simulando levantar voo e parava em uma cidade, cujo nome estava identificada no aeroporto sinalizado na pista.
Nos dois concorríamos em parceria, portanto apenas um de cada vez pagava. Era normal a molecada fazia isso sempre. Tudo começava com o “japonês” do estande anunciando, em português com sotaque: “vai corê… vai corê…” Logo na primeira “corrida” meu aeroporto ganhou, o prêmio foi uma garrafa de vinho. No segundo bilhete aéreo, novo prêmio, agora do Celso. O japonês se assustou. Na terceira vez outro vinho sorteado. Nessa altura já havia uma torcida para a dupla Odair/Celso. Enfim, seguidas e alternadas fomos premiados com 14 garrafas de vinhos e champagne. Pedimos para um amigo de um bar para guardar a “coleção etílica!”.
O Celso ainda tinha grana, eu não, ele me emprestou um trocado e fomos à barraca dos coelhinhos, comandada pelo Nemêncio Tarraga e começamos a jogar, sendo premiados com os bichinhos entrando nas casinhas até que meu dinheiro emprestado acabou e o do Celso guardado também se foi. Não ganhamos nada, perdemos tudo e vendemos os prêmios do aviãozinho para o dono de bar. Voltamos ao “japonês” perdemos tudo, sobrou uma moedinha bastou para comprar um sorvete Bimbo.
FESTA DE AGOSTO III
No dia seguinte voltamos à festa. “japonês” não gostou muito. Compramos “as passagens” nenhum avião aterrissou na nossa pista. Eu não perdi nada, porque nada eu tinha. O celso perdeu a mesada, eu nem “cadeirada” tinha para perder. No sábado seguinte ganhamos um prêmio de notoriedade: a Folha de Monte Alto publicou uma notinha sobre os dois da sorte, um filho de fazendeiro, outro vendedor de loja.
PONTE MÓVEL
Os governantes do céu e do inferno ao verem a dificuldade entre seus moradores resolveram facilitar o trajeto entre os dois locais, para tanto encomendaram um projeto para uma ponte. devido a distância ficou decidido que cada um seria responsável pela metade da construção com o final previa-o para um ano. Quando chegou o fim do prazo combinado, o Diabo apresentou sua parte concluída, enquanto o Todo Poderoso não apresentou sequer a metade do seu trecho. Quando a mídia entrevistou Deus e a cúpula celeste todos justificaram o atraso argumentando que no céu não existia empreiteiros, todos moravam no inferno.
DOIS FILMES
São imperdíveis dois filmes, ambos originados de dois livros do consagrado escritor, Graciliano Ramos. Os filmes não dispensam a leitura das obras consagradas. U primeiro, Vidas Secas, é uma narrativa baseada na vida real, é uma leitura realista do perfil do brasileiro típico do nordeste.
O primeiro é uma leitura biografada do autor, perseguido pelo governo Vargas, Memórias do Cárcere. Graciliano era radicalmente contra a ditadura Vargas e pagou um alto preço pela ferrenha oposição, Graciliano passou vários anos preso cumprindo a sentença por muitas cadeias torturado moralmente, sendo obrigado a escrever suas obras em confinamento. Foi preso na famosa Ilhas das Cobras. Repito: Vidas Secas e Memórias do Cárcere são filmes e livros que todos os brasileiros precisam ver e ler, para saber real mente em que pais vivemos.
TRAJE RIGOR
Até 1950 os frequentadores de cinema usavam, os homens, paletó e gravata, as mulheres traje de passeio, vestidos longos.
RAÇA NEGRA
Em 1950 apareceu no mercado brasileiro de brinquedos a primeira boneca negra. Com ela outros brinquedos representando negros, como bebês e figuras humanas representado familiares, como avós, pais e tios. As vendas eram fracas, o preconceito falava mais alto, inclusive entre as crianças negras.
FUTURO
Um repórter na IV pergunta a um garoto de três anos em um programa infantil, o que ele queria ser quando crescer. Responde o garoto: Ser grande.
NOME REAL
O único estado brasileiro que não tem Policia Militar é o Rio Grande do Sul. 0 nome da corporação gaúcha e Brigada Militar, as funções são as mesmas das PMs do resto do país.
NOME GENÉRICO
Durante 75 anos cumprimentei uma das irmãs da minha mãe com o nome errado. Eu e outros sobrinhos chamavam-na de Tia lúcia. Ela faleceu recentemente e fiquei sabendo que era a Tia Lucinda. Para ela nunca importou o nome!