Diários de Bicicleta

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Semana passada, retratei que estava prestes a concretizar mais um sonho. Subir Huayna Potosi, uma montanha com mais de 5 mil metros de altura. Ufa, conseguimos!! Depois de 6 horas subindo, imaginei que as 3 que faltavam pra descer fossem ser tranquilas, que ilusão. Para voltar foi outro desafio, tão duro quanto. Em alguns momentos eu caí, e em um dos tombos, de cara na neve. Parecia que eu estava bêbado, não conseguia manter o corpo firme e caminhar em linha reta, então eu desabava, sem forças. Às 9h30 da manhã eu estava de volta ao acampamento alto, onde cheguei, com aquela cara de derrota, destruído, subi no lugar onde ficam os colchões e joguei meu corpo em cima do Mãozinha, que estava enrolado em dois (dois) sacos de dormir, cada um com capacidade pra -20°C, ou seja, praticamente dentro de um forno elétrico, só com o nariz pra fora. Mergulhei em cima dele e comemorei, muito. Respirei fundo, recuperei um pouco de força e comecei a contar as histórias, com detalhes. Tomamos um café da manhã e continuamos caminhando, mais 1 hora, até o acampamento base, de onde tomamos a van de volta pra La Paz.
Daí pra frente as coisas se acalmaram. Voltamos pra Cusco, descansamos um pouco e o menino Mãozinha pegou seu avião de volta pro Brasil. Acordei sozinho mais uma vez, sem ninguém pra dar bom dia ou bater com o travesseiro, então eu agradeci pelos dias em que estive com ele, que renovaram o meu ânimo e me deixaram com saudades de pedalar. Estava precisando muito disso…
Passei o final de semana bem tranquilo, esperando a dor nas pernas passar, já que essa brincadeira de subir montanha deixou meus músculos moídos. Descansei, dormi bem, conheci mais ciclistas, mais trocas de informações, planejei minha saída pra dia 04/09 e fui surpreendido com uma notícia que quase explodiu o coração de alegria. Não vou mais poder partir dia 04, já que um grande amigo comprou passagem pra vir me visitar. Dessa vez eu passo 7 dias com um cara chamado André Neves, que assim como o mãozinha, é uma das pessoas que mais gosto e admiro nessa vida. O negócio foi programado de última hora, e assim é sempre melhor. Pra mim é uma satisfação sem tamanho pensar que um cara vai pegar um avião, lá de São Paulo, e vir até aqui para me encontrar, me sinto lisonjeado e extremamente feliz. Daqui a pouco eu pego um ônibus para Lima, onde vou encontra-lo. Vou ficar 22h viajando, depois, mais 22h pra voltar pra cá, onde encontro com a Princesa e, finalmente, volto a pedalar. 
Agora vou arrumar as malas, montar nesse ônibus e agradecer.  Vou aproveitar para pensar bastante em tudo o que escrevi, reviver todos esses momentos, agradecer, e principalmente, rezar por esse mundo que anda de pernas pro ar. Tanta notícia ruim tem aparecido, espionagens, mesquinharias do governo, atitudes totalmente ridículas e desumanas. Muito sofrimento, muita depressão, muita falta de esperança, coisas que me deixam chateado. Mas não vou ficar triste, só chateado.  Quero continuar, sem deixar a peteca cair, e usar do bom humor, do otimismo, da paz, pra tentar tirar sorrisos e gerar união, pelo menos fazer a minha microparte, pra que alguma microparte no mundo mude. Queria que todo mundo tivesse mais vontade de mudar a si próprio, e assim, tentar melhorar o seu redor. Vou continuar rezando por isso, sempre…
Como sempre, agradeço pela sua atenção, pela energia maravilhosa que você me manda só de ler esse diário.
Um beijo muito grande a todos.
Fiquem com Deus, sem deixar a peteca cair!

 

 

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