PLEONASMO
Na década de 1940, o filólogo Sebastião Mendes de Almeida, autor do livro “Dicionário de Questões Vernáculas” escrevia uma coluna no jornal “O Estado de São Paulo” com o mesmo nome. Em uma delas grafou que monte alto se tratava de um pleonasmo, porque sendo monte obviamente há que ser alto, monte baixo, portanto, seria contraditório.
Choveram cartas na redação do jornal que ainda não era conhecido por “Estadão” contestando a afirmação do consagrado mestre. Ele simplesmente respondeu a todas resumindo ao teor de uma carta/telegrama. Era pleonasmo e fim de conversa. O nome da cidade continuou Monte Alto e quem morava e ou nascia na cidade era um “pleonasmamente”. Sebastião faleceu e a coluna acabou com o assunto encerrado. Monte Alto poderia ser monte baixo ou simplesmente Monte.
PROSA GREGA
DIMITRI – Se Atlas sustenta o mundo, quem sustenta Atlas?
TASSO – Atlas está em cima de uma tartaruga.
DIMITRI – E a tartaruga está em cima de quê?
TASSO – De outra tartaruga.
DIMITRI – E essa tartaruga está em cima de quê?
TASSO – Meu caro Dimitri, é tartaruga até o fim!
POUSO LIVRE
Caso um Boing necessite fazer um pouso de emergência sobre Monte Alto o piloto pode fazê-lo sobre um prédio no centro da Rua Nhonhô. A construção iniciada e não terminada no início da década de 1960, conta com uma fundação suficiente para um prédio de 12 andares com estrutura tanto como. A construção foi encerrada no terceiro andar.
Quando o prédio estava em construção a molecada e a homarada também olhavam no alicerce e via os pedreiros do tamanho de garoto de oito anos, dada a fundação das ferragens.
ARQUITETO
Existe uma casa residencial em Monte Alto projetada pelo arquiteto carioca, Oscar Niemeyer. Ele está sediada na Rua Dr. Raul da Rocha Medeiros. O arquiteto era amigo de um local e pescavam no Rio Grande em um rancho em Colômbia. Em uma pescaria, das inúmeras que faziam anualmente, por brincadeira, o monteatense, diretor de uma empresa da cidade, disse que precisava de uma planta para uma casa nova. Lá mesmo o arquiteto fez um croqui que depois de projeto definitivo foi registrada e aprovada na nossa cidade.
A casa foi construída com o habite-se, habitada e reformada com a documentação regulamentada legalmente.
FRASE
“Antes de Elvis, o que existia era o nada!” (John Lennon).
A VOZ DA TERRA
Entre 1910 e 1920 o Rádio surgiu no Brasil instalado por etapas, depois das capitais do sul apareceram nas capitais do centro e norte. Os mineiros foram o que aderiram mais rapidamente. Nas cidades mineiras, além dos aparelhos nas casas, havia as transmissões públicas, quando os aparelhos instalados nas praças transmitiam através altos falantes ligados em locais de alto em bom som. Durante determinados espaços, o som era reduzido e um locutor entrava no ar para anunciar alguma propaganda comercial e alguma data relativa às comemorações do município e de seus moradores, como aniversários, noivados e também acontecimentos fúnebres.
O Rádio era idolatrado pelo povo, as famílias se reuniam em volta do aparelho ligado na emissora preferida do dono da casa. A áudionovela dominava seguida dos musicais sertanejos. Os jornais também eram escolhidos pela família toda, com menor preferência entre os adolescentes.
A energia usada no funcionamento do rádio era a bateria (acumulador) que era carregado e usado até esgotar a energia voltando a ser carregado por aparelho de carga na cidade.
Curiosamente, até 1940, o dono da casa, para ouvir a programação usava “roupa de passeio”, isto é, paletó e gravata.
(Na primeira vez que o sujeito ouvia um rádio falando ele procurava onde estava o locutor ou mesmo a voz, mexendo no aparelho, dando voltas ao redor do aparelho ou do acumulador – bateria).
SOFA À VENDA
Aconteceu, virou lenda e acabou piada. Foi quando o marido chegou em casa e deu um fragrante na esposa com outro homem no sofá aos beijos e abraços – ele, furioso fez o esperado? – só que não! Apenas vendeu o sofá!
Em Monte Alto aconteceu mais ou menos isso, porem, foi com a esposa. Ela chegou em casa, viu o marido na cama com a melhor amiga. Expulsou-a e deu uma surra de toalha molhada no marido. Também o obrigou a desmontar a cama e vender toda a madeira na rua, colocando a placa: cama da traição!
Se a história do sofá foi piada – a da cama foi fato.