Queda do dólar em mais de 2% tem encontros de Lula e Haddad como plano de fundo

Moeda americana fechou cotação a R$ 5,66, após figurar a R$ 5,70 ao longo da tarde desta terça-feira, 2

O dólar amanheceu eu queda nesta quarta-feira, 3, embora o mercado ainda se comporte de maneira precavida com as recentes críticas tecidas pelo presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central do Brasil.

No entanto, os sinais de controle da inflação nos Estados Unidos, agora, são mais positivos, o que anima os mercados.

Investidores do país monitoravam com presteza as reuniões feitas entre Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, junto à equipe econômica do governo, nesta quarta-feira. Oficialmente, o Executivo comenta apenas que o encontro entre o presidente e Haddad terá foco no ‘tema fiscal’, ainda que o mercado considere que as reuniões trataram de ações para frear o avanço da moeda americana.

Em disparada nesta semana, o dólar encerrou sua cotação na terça-feira, 2, a R$ 5,66, depois de bater R$ 5,70 ao longo da tarde. Esse é o maior número alcançado pela moeda em dois anos e meio e reflete, também, o cuidado do mercado com as críticas de Lula ao BC, especialmente ao seu presidente, Roberto Campos Neto.

Lula disse, na terça-feira, que ‘há um jogo de interesse especulativo’ contra o Real, e que o governo estudava medidas. O chefe do Executivo falou que a reação do dólar após seus comentários ‘não têm explicação’.

O presidente do banco central americano, o Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, destacou, no exterior, que a inflação dos Estados Unidos deve retornar à meta de 2% ao ano até 2025.

Às 14h, o dólar registrava queda de 2,18%, sendo cotado a R$ 5,5418. Com este resultado, a moeda acumulou, ao longo da semana, um avanço de 1,37%. Durante o mês, o número foi o mesmo e, no ano – até o momento – uma alta de 16,75%.

Por outro lado, o Ibovespa opera em alta. Neste mesmo horário, a cotação foi de um aumento de 1,29%, aos 126.042 pontos.

A forte queda da moeda nesse pregão é influenciada pelo cenário internacional, especialmente pelos Estados Unidos. Para que a Fed reduza a taxa de juros na maior economia do mundo – hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano –, a inflação deve estar mais controlada. Com o mercado mais aquecido, a tendência de a inflação subir, é maior, afinal, mais dinheiro é para nas mãos da população. Desse modo, um arrefecimento na criação de vagas é visto com bons olhos pelo mercado.

O mercado, porém, aguarda a divulgação da ata da Fed, para determinar quais os próximos passos da instituição quanto à taxa de juros e, também, aos novos dados de emprego nos EUA.

No Brasil, porém, em meio aos atritos entre o chefe do Executivo e o presidente do BC, o destaque fica para os encontros entre Lula e o ministro Haddad, que se reuniram brevemente na manhã de quarta, e devem se encontrar novamente à tarde.

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