Foi publicada na segunda-feira, 3, pelo Ministério da Saúde, uma nota técnica alertando sobre a coqueluche e a importância da vacinação contra a doença.
A nota foi divulgada logo após o CEPCD (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças), anunciar que, ao menos, 17 países-membros da União Europeia e demais nações, como Estados Unidos, China e Israel registraram aumento da doença. Segundo o boletim, foram registrados, de janeiro a março deste ano, 32 mil casos de coqueluche na UE.
Enquanto isso, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou que, até fevereiro, 32.380 casos e 13 óbitos foram notificados. No Brasil, entretanto, até a primeira semana de abril, foram registrados 31 casos. Desde 2020, nota-se uma redução nos números de coqueluche em todo o território nacional.
“No entanto, o aumento de casos registrado em outros países, a partir de 2023, sinaliza que situação semelhante poderá ocorrer no Brasil dentro de pouco tempo, uma vez que, desde 2016 o país vem acumulando suscetíveis, em razão de quedas nas coberturas vacinais em menores de um ano de vida e lacunas na vigilância e diagnóstico clínico da doença”, esclarece o documento.
TRANSMISSÃO – Transmitida e causada pela bactéria Bordetella Pertussis, a coqueluche é uma infecção respiratória e transmissível que está presente em todo o globo. Ela tem como principal característica as crises de tosse seca, além de poder atingir a traqueia e os brônquios.
SINTOMAS – Atinge, principalmente, crianças pequenas e bebês, e seus sintomas variam de casos mais leves a mais graves. Nos menos severos, os indivíduos podem apresentar mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. É válido destacar que estes sintomas podem perdurar por até semanas. Num estado mais crítico, a tosse passa de leve e seca para mais descontrolada e carregada, podendo ser tão intensa ao ponto de comprometer a respiração, além de levar ao vômito e à canseira.
“O grupo mais vulnerável ao adoecimento e mortalidade é o dos menores de 1 ano de vida, sendo que a maioria dos casos e óbitos se concentram nos menores de 6 meses de idade, quando ainda não se completou o esquema vacinal primário com as três doses da vacina penta (aos 2, 4 e 6 meses de vida)”, alerta o Ministério da Saúde.
Os sintomas e sinais da doença duram, geralmente, entre seis e 10 semanas, podendo estender este período por mais tempo, dependendo do quadro clínico e situação dos pacientes.
É normal que adolescentes e adultos apresentem sintomas mais leves quando comparados às crianças. Isso está relacionado à baixa imunidade e à idade dos pequenos.
COMO IDENTIFICAR – Estabelecer um diagnóstico no estágio inicial da coqueluche é difícil, pelo fato de que a doença se manifesta inicialmente como um simples resfriado ou outras doenças respiratórias. A tosse seca, porém, é um forte indicativo da presença da doença, mas, para confirmar o diagnóstico, recomenda-se aos médicos os exames de coleta de material de nasofaringe para cultura; PCR em tempo real. Hemograma e raio-x de tórax também pode ser feitos.
TRATAMENTO – Feito basicamente a base de remédios, desde que previamente indicados por um médico especialista. Contudo, é importante que a pessoa procure, assim que os primeiros sintomas começarem a surgir, uma unidade de saúde para combater a doença o mais rápido possível. Crianças frequentemente ficam internadas, haja vista sua baixa imunidade.
Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer quadros mais severos, como hérnias abdominais. Em crianças, as complicações de graus mais acentuados podem incluir pneumonia, infecção de ouvido, convulsão, desidratação, parada respiratória, lesão cerebral e, no mais extremo dos casos, a morte.
VACINAÇÃO – A vacinação é a principal forma de combater a coqueluche. O esquema vacinal, é dividido em três partes: na primeira, três doses da vacina pentavalente aos 2, 4 e 6 meses; na segunda, um reforço do imunizante aos 15 meses de idade, e na terceira, um segundo reforço aos três anos com a tríplice bacteriana.