Conceito
No mundo atual, a tecnologia tem prioridade sobre a ideologia. Os idealistas sumiram da mídia. Até as universidades priorizam a técnica e são classificadas de acordo com a tecnologia adotada. Os grandes filantropos fazem doações para o avanço tecnológico das universidades. Os pensadores e os criadores de conceitos perdem campo em todos os sistemas da sociedade, sem eles a tecnologia avança e não é contestada, assim a humanidade aceita como certo, como bom o que lhe é apresentado, não há contestadores com ou sem ideias novas. Um parafuso de uma máquina é mais importante do que o cérebro de um gênio.
Pátria
O Brasil é carente de verdadeiros cidadãos porque o Estado tem uma legislação baseada na obrigatoriedade. O ensino básico é obrigatório, a vacinação idem, o voto também. O serviço militar é uma obrigação legal passível de pena dura. Em razão disso, pai matricula o filho na escola sem saber que é um dever seu, agindo para não sofrer penalidade do Estado. O mesmo acontece com a vacinação. O jovem brasileiro não tem a voluntariedade necessária para o serviço militar e tornar-se um patriota, porque a obrigação tira o foco de cidadão. Quanto ao voto o pensamento é o clássico: “voto em qualquer um porque tenho que votar mesmo”. Com isso temos um país e carecemos de uma pátria.
Volume
Recebi do Arthur de Lucca, que é um dos poucos cidadãos locais, que longe não esquece da gente, um livro de um autor goiano, Guy Cavalcanti, com direito a dedicatória. O nome da obra é “O Comissário”, que em Goiás é quem transportava as boiadas pelas estradas de chão por vários estados (atualmente o transporte é feito por caminhões e vagões). No meio da leitura me chamou a atenção um episódio, no qual um peão boiadeiro manda o dono de um bar servir uma pinga a um desafeto e antes do sujeito beber ele mexe a bebida com o cano do revólver, um desafio clássico para uma briga letal. No Estado de São Paulo isso também acontecia, o pistoleiro Dioguinho que vivia nos arredores de Monte Alto, matava gente que se recusava beber a pinga que ele mandava, não usava o cano da arma para mexer a bebida, cuspia no copo. Em Jaboticabal, Dioguinho, “pagou” muita pinga. Voltando ao livro do Guy, confesso que não esperava tanto, a história é surpreendente, uma ficção baseada na história verídica, que mostra o que foi Goiás e o Brasil. O Guy, estreante, irá longe, sua comitiva deixará saudade e poeira!
Coice
Um fazendeiro tinha um burro, colocou à venda. Antes que negociasse o animal, o burrinho morreu. Como precisava de dinheiro, o fazendeiro resolveu rifar o bicho porque ninguém sabia da morte. Seu compadre ficou sabendo e o alertou que aquilo daria problemas. Mesmo assim a rifa foi vendida. No dia do sorteio o compadre, preocupado foi à casa dele. A noite apareceu o ganhador para levar o burro. O fazendeiro explicou que o animal havia morrido e devolveu o dinheiro ao sorteado. O compadre assistiu tudo e perguntou: “se os outros vierem também?”. Não virá mais ninguém, respondeu o fazendeiro, quem perdeu não tem o que reclamar, finalizou!
Pênalti
Nos dias que Pelé ficou internado naquele hospital de referência de São Paulo, um comentarista de rádio disse que o custo da internação seria caríssimo. Não para o Pelé, é claro! Com toda aquela mídia cobrindo a estadia do Rei, na hora de acertar as contas, o hospital ficou devendo muito para o paciente ilustre.
Majestade
Na mesma época que Pelé foi jogar no Cosmos, Frank Sinatra se apresentou no Maracanã. Na rádio Record havia um programa esportivo apresentado por Mário Morais e Carlos Aymar, o primeiro polêmico e o segundo mais acadêmico. A audiência do programa era líder do horário. Em uma edição, o Aymar disse que a fortuna de Pelé era a mesma de Sinatra. Morais ficou possesso e no ar desancou o colega: “o dinheiro de Pelé não enche nem o cofrinho da filha de Sinatra.” (Ele estava certo, Sinatra estava entre os 10 mais ricos dos EUA).
Tela
Os leigos em educação solicitam ao Estado que dotem as escolas públicas de computadores para que os alunos acessem a internete. No meio deles alguns professores reenvindicam os mesmos aparelhos tecnológicos. A molecada “puxa” textos da internete, para não ter que pensar. Na sala de aula a tecnologia vai prevalecer e o valor humano, que são os professores, vão ficar para segundo plano. A simples calculadorinha de bolso acabou com a capacidade mental, matematicamente falando, dos alunos. Abordem qualquer aluno na saída da aula e perguntem quanto é 7 x 8.
