O tamanho de nossos braços

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Como muitas pessoas, eu tenho o péssimo hábito de assumir muitos compromissos, iniciar muitas tarefas e auxiliar pessoas que me peçam ajuda. A consequência disso é óbvia: acabo desesperada, sem conseguir dar conta de tudo, sem tempo para comer ou para dormir, literalmente. Há dois meses, venho dormindo uma média de 4 horas por noite e, algumas vezes, emendei um dia, uma noite e mais um dia, ficando mais de 40 horas acordada.

Viajei em dois finais de semana seguidos, viagens marcadas há bastante tempo. Ao arrumar a mala para ir à praia, é normal que a gente coloque biquíni, maiô, bermudas, protetor solar, chinelos e… computador.

Isso mesmo! Eu consegui a proeza de ir para a praia e levar o computador. Aliás, os computadores, porque estou trabalhandp na edição de um vídeo e preciso usar duas máquinas, no caso, um notebook e um PC. Dei um rápido “oi” para o mar e fiquei na pousada trabalhando enquanto meus familiares se divertiam como deve ser, sem tempo, sem preocupação, pés na areia, cervejinha na mão e eu lá, às voltas com os compromissos assumidos!

Quando voltei, conversando com o meu filho, ele me disse uma frase muito sábia: “Mãe, a senhora precisa diminuir o ritmo. Não adianta querer abraçar o mundo, porque nossos braços são pequenos, eles nunca vão abarcar o mundo. Precisamos abraçar só o que cabe no tamanho dos nossos braços.”

Ele tem razão. A gente não dá conta de tudo e, muitas vezes, precisamos escolher algumas coisas em detrimento de outras. Não dá para escolher todas, não dá para querer realizar tudo. Somos de carne e osso e nossos corpos cobram, nossa mente cobra.

Então, hoje, aqui em meio a uma parafernália de coisas, com a mesa abarrotada de coisas, o que me irrita muito, porque gosto de trabalhar com tudo ordenado ao meu redor, ainda sem almoçar, às 18h16, parei para escrever este artigo e refletir um pouco sobre isso.

A primeira conclusão que cheguei é que melhor não dar cabo de uns dois ou três que complicaram ainda mais a minha vida fazendo errado ou não fazendo tarefas que deleguei e das quais precisava para finalizar alguns trabalhos, porque, no final das contas, a cor do uniforme das presidiárias não combina com a cor dos meus cabelos.

Hoje tem até nome para isso, Síndrome de Bournaut. Prefiro chamar de excesso de boa vontade e ingenuidade de achar que é possível fazer o que não é possível fazer.

A vida é simples, o tempo passa e a vida finda. Os braços são pequenos. Pouca coisa cabe, de fato, neles, muito menos do que a nossa vontade gostaria. O resultado de trabalhar muito e fazer as coisas com amor é fantástico, mas, é um preço que nem sempre vale a pena pagar.

Divido isso com vocês para ilustrar uma situação que envolve muitas pessoas. Pode ser quem trabalha fora e até quem fica em casa. Uma dona de casa, por exemplo, que queira dar conta de limpar, lavar, passar, cozinhar, arrumar os armários, podar as roseiras, lavar o banheiro e dar banho nos cachorros, tudo no mesmo dia, acabará não fazendo bem nenhuma dessas coisas. Vai acabar muito cansada e com raiva de muitas pessoas.

Porque, vamos combinar, tem coisa mais irritante que você estar “no fervo” mergulhada no trabalho, lutando contra o tempo para dar conta de tudo, tentando fazer bem feito e outras pessoas de boa no celular, fazendo nada, nem aí com a morte da bezerra, ou saindo para se divertir, parando para relaxar, e você lá no olho do furacão?

Mas, quem te pôs lá? Você mesmo! E é você mesmo o único ser que pode se tirar de lá. O tempo da escravidão já passou e o pior cárcere é quando somos escravos de nós mesmos e da nossa falta de limites.

Pensem nisso. A funerária tá lá, mas, ninguém tá com pressa de usar um daqueles modelitos de madeira, né? Então, o negócio é maneirar!

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