Síndrome do choque tóxico: o que é a bactéria mortal com surto de casos no Japão

Apesar de alto potencial agressivo, é a mesma que causa "dor de garganta que precisa tomar benzetacil", diz infectologista. Saiba mais

Por Sbt News

O Japão vive um surto de Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS). O país registrou 378 casos de bactéria “carnívora” mortal nos dois primeiros meses deste ano. Segundo as agências de saúde japonesas, ela mata cerca de 30% das pessoas infectadas.

A condição pode ser causada tanto pela bactéria Staphylococcus aureus, quanto por Streptococcus pyogenes (mais comum no Japão). O infectologista Vinícius Borges, conhecido como Doutor Maravilha, disse, em publicação em seu Instagram, que a bactéria responsável pelo surto em território japonês é uma causa comum de infecção de garganta “aquela que precisa tomar Benzetacil, [infecção] de pele e febre reumática”, completa.

No entanto, segundo as autoridades de saúde, o país passa por “cepa mais virulentas” e, consequentemente, com maior potencial agressivo. Nesses casos, em que há a Síndrome do Choque Tóxico, a bactéria pode entrar na corrente sanguínea em um episódio conhecido como bacteremia, além de potencialmente causar uma fascinite necrosante, com uma ferida capaz de necrosar os tecidos conjuntivos do músculo, de acordo com publicação na National Library of Medicine.

Bactéria não é “comedora de ânus”

Apesar de a bactéria ser conhecida popularmente como “comedora de ânus”, Vinicius ressalta que isso é um mito, já que que “ela [a bactéria] pode colonizar (estar presente) em orifícios corporais, como ânus, garganta, narinas e genitais”, mas não come o ânus.

Ele reitera que também não é considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), já que não é transmitida pelo sexo, mas sim por contato por gotículas (tosse), superfícies contaminadas e secreção nasal.

Sintomas

Quando a bactéria acessa a corrente sanguínea, o paciente pode ter febre alta, hipotensão (pressão baixa) e exantema eritematoso difuso (erupção aguda em toda pele que pode causar feridas espalhadas pelo corpo).

No entanto, segundo o Doutor Maravilha, muitas pessoas portadoras da bactéria ficam assintomáticas em caso de cepas menos agressivas. Em caso de cepas mais virulentas, a transmissão é mais fácil e a pessoa pode adoecer.

Como prevenir?

Segundo Vinicius, a prevenção consiste em higiene pessoal (como lavar as mãos, por exemplo), acesso a saneamento básico, além de uso de máscaras e cobrir a boca ao tossir.

Tratamento

Tratamento pode incluir a administração de antibióticos, suporte intensivo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com suporte circulatório e tratamento das feridas, segundo Vinicius.

Fatores de risco

De acordo com Maria Vazquez-Pertejo e Larry M. Bush, pesquisadores de escolas de medicina norte-americanas, alguns fatores podem propiciar o surgimento da condição.

Caso o paciente possua um pequeno trauma (lesões causadas por evento traumático externo, como fraturas expostas), ter sido submetido a cirurgia, infecções virais (como varicela), além de questões mais comuns como o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e se tiver diabetes.

Procura por Síndrome do Choque Tóxico cresceu no Google

As buscas pela condição cresceram no Google Brasil após surto de casos no Japão. A informação é do Google Trends.

Interesse de busca por Síndrome do choque tóxico -  ReproduçãoGoogle Trends.png

 

 

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