Desde 1975, o dia 8 de março é reconhecido como uma data simbólica para as mulheres. A data relembra a luta de operárias pioneiras no movimento por equidade de gêneros e direitos, cujo legado até hoje é símbolo de força e resistência.
Além de uma comemoração pelas conquistas econômicas, políticas e sociais das mulheres, o Dia Internacional da Mulher é também uma data de realização de conferências, debates e reuniões que têm por objetivo discutir o papel da mulher na sociedade atual.
As origens do Dia Internacional da Mulher – A data é cada vez mais lembrada como um dia para reivindicar igualdade de gênero e é marcada por protestos ao redor do mundo. Um dos primeiros registros dos “dias das mulheres” foi a grande passeata das mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York.
Naquele dia, cerca de 15 mil mulheres marcharam pelas ruas da cidade por melhores condições de trabalho – na época, as jornadas para elas poderiam chegar a 16h por dia, seis dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos.
Em 1917, houve um marco ainda mais forte do que viria a ser o 8 de Março, quando um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial.
O chamado Dia Internacional da Mulher só foi oficializado em 1975, ano que a ONU intitulou de Ano Internacional da Mulher para lembrar suas conquistas políticas e sociais. No mundo inteiro, a data ainda é comemorada, mas ao longo do tempo ganhou um aspecto “comercial” em muitos lugares.
Apesar dos muitos avanços das últimas décadas, persiste a distância entre a situação da mulher e do homem, especialmente no mercado de trabalho, perceptível através da desigualdade na remuneração.
DESIGUALDADE – No ano passado, a ONU Mulheres lançou um relatório dedicado a mapear de maneira mais abrangente o avanço da situação das mulheres no mundo. O documento revelou que a liberdade das mulheres para fazer escolhas e conquistar oportunidades permanece amplamente restrita.
No Brasil, o índice de Empoderamento das Mulheres está em 0,637, o que o localiza entre as nações de médio-baixo-empoderamento. Neste quesito, são avaliados oito critérios que vão do acesso a métodos de planejamento familiar e gravidez na adolescência até participação no mercado de trabalho e violência doméstica.
O índice varia de zero a um; quanto mais próximo do um, maior o empoderamento feminino.
Outro índice analisado pelo relatório é a paridade de gênero. No Brasil, os indicadores pontuam 32% mais baixo quando aplicados às mulheres, em comparação com os homens, nas dimensões de vida e saúde; educação, capacitação e conhecimento; inclusão no mercado de trabalho; e participação na tomada de decisões.
Os déficits e disparidades são prejudiciais não apenas para o bem-estar e avanço das mulheres, mas também para o progresso humano.
Dessa forma, o Dia Internacional das Mulheres torna-se uma data fundamental para reforçar as inúmeras conquistas obtidas até hoje e dar luz às próximas que virão.