O futuro, não sei mais se a Deus pertence. Vejo-o, o mundo, cada dia mais decadente. O homo deus está mais presente do que tudo e tem se tornado cada vez mais uma besta moderna. O homem já não sabe mais por que ele luta e nem o mundo que ele quer deixar para o seu próximo. Nem sei também se existe este próximo, já que estamos distantes mesmo vivendo nos mesmos espaços. A tecnologia veio para ficar e, acima de tudo, assombrar-nos.
A Inteligência Artificial tomará os corações, os sentimentos e a pouca humanidade que nos resta. Os brinquedos serão substituídos por ursos, cachorros, gatos ou qualquer outro animal a gosto de uma criança, criados pela I.A. Eles brincarão com os nossos filhos e substituirão a presença materna e paterna num cotidiano sem vida e sem esperança. Não se trata de ser pessimista, mas é o que é. Ao mesmo tempo, estamos condicionando os nossos filhos a viverem desse jeito. O indivíduo que estamos criando para o mundo é aquele que viverá com óculos virtuais, obesos e totalmente desprovidos de memórias físicas, de toques e de sentimentos. Eles terão o mundo nas mãos, todavia, concomitantemente, não terão nada. Isso porque estamos os criando para este mundo. Estamos terceirizando o afeto, a ludicidade e, a curto prazo, o amor. Quando chegarmos nesta situação, falharemos como ser humano.
O crescimento tecnológico, principalmente a I.A, tem causado grandes preocupações em todos os setores do nosso cotidiano. Diariamente, golpes milionários são aplicados pelo uso desta tecnologia. Infelizmente, não há um controle. As democracias irão sucumbir e as guerras, meu caro, irão se espalhar por todo o Ocidente. Pode temer! Eis aqui um escriba que acompanha com pessimismo, embora com esperança, todos os descaminhos do mundo. Creio que a humanidade não deu certo, porém continuo com esperança. Não estamos criando filhos para melhorar o nosso lar. Esta geração é fraca e não está disposta a lutar por nada que tire a sua paz. Estão mais preocupados se o fim do mundo terá wi-fi do que a própria sobrevivência.
Querem mudar o mundo, desde que o mundo tenha conexão com a internet. Querem ser revolucionários, mas escrevem “oque” e “derrepente” juntos. Querem tomar partido, porém, em seus discursos, falam “cidadões”, “seje menos” e pedem “duzentas gramas de muçarela”. E nós, os responsáveis, apoiamos os seus erros, porque não queremos frustrá-los. Pergunto: que tipo de indivíduo estamos criando para o mundo irreal que virá? Sinceramente, não sei!