Araci Aparecida Ribeiro de Carvalho, nasceu no dia 08/10/1940, em Monte Alto, filha de Clarindo José Ribeiro e Maria das Dores Ribeiro, viúva de Benedito Aparecido de Carvalho “Fio”, com quem foi casada por 30 anos. Da união, nasceram os filhos Fátima, Gilberto, Wagner, Ana Paula. É avó de Ana Flávia, André Felipe, Isabela, João Pedro, Laura, Renan, Vitor, Vinícius Wagninho e Agnes Beatriz, além da bisneta Lorena.
Na infância, residiu em Bebedouro, e naquela cidade estudou no Colégio Anjo da Guarda. Morou também em Americana e depois de alguns anos retornou para Monte Alto, sua terra natal.
“Alencar, não tem como contar minha história sem passar pela história do meu saudoso marido “Fio”.
“Nosso namoro começou quando eu fui à antiga CRAI para assistir a uma partida de futebol com algumas amigas, e na oportunidade, conheci aquele que seria meu futuro marido. Ele estava jogando e depois do jogo começamos a conversar e ele me convidou para um encontro na praça. E assim começou a nossa história de amor.
Em nosso tempo de namoro sempre tive hora de sair e hora de voltar para casa, pois naquela época, as jovens não ficavam até tarde na rua”, conta.
Um fato curioso que Araci disse a esse colunista é que sempre que saia de casa, mesmo depois de casada, primeiro iam à igreja, depois iam fazer seus passeios. Embora seu marido, não sendo muito religioso, nunca se esqueciam de passar na igreja. Essas atitudes influenciaram suas vidas religiosas, principalmente de “Fio”.
Trabalhando sempre de doméstica, foi funcionária de várias pessoas, entre elas, na casa do Dr. Ulisses de Paula Eduardo.
Casamento – Ao casarem, foram residir no bairro Vila Municipal. “Fio”, antigo funcionário da CRAI, junto com Mingo Colatrelli, resolveram abrir sociedade, uma oficina mecânica, onde trabalharam vários anos como sócios e depois chegou a seu término. Pouco tempo depois, abriu uma nova sociedade, também no ramo de oficina mecânica, só que desta vez, com Dorival Veronezzi.
Povo Festeiro – Trabalhando em festas, procissões, quermesses, sempre prestativo e ajudando com seu trabalho, “Fio”, quando namorava Araci sempre gostava de fazer novas amizades.
“Festa que mais marcou foi a 1ª festa da cerveja, mesmo ele e eu não bebendo, costumávamos colocar guaraná em nossas canecas para substituir a cerveja, e nos divertíamos igual ao todos. Lá encontrávamos vários amigos, Odilon Souza Lima, Valdomiro Pelarin e outros”.
Festa de Agosto e Barraca do Churrasco – “Um dia, um gaúcho chegou para a gente e perguntou por que não fazíamos uma barraca de churrasco na festa, já que havia outras barracas, menos de churrasco. Foi aí então que fizemos a barraca onde meu marido acabou colaborando juntamente com amigos, e o padre da época nos apoiou a criar a barraca do churrasco. Isso aconteceu na tradicional festa do Senhor Bom Jesus (Festa de Agosto) quando ainda era realizada no centro da cidade e a barraca ficava na esquina do bando Itaú”.
Política – “Elias Bahdur, na época prefeito de Monte Alto, convidou meu marido “Fio” a participar de sua campanha.
Sempre companheiro, ele me perguntou: o que você acha Araci? E eu disse: vai em frente, dei a maior força, pois sabia que ele era querido e muito popular em todas as camadas sociais. Foi então que ele resolveu ser candidato a vereador, com Elias, em 1988. Eleito, assumiu em 1989, faleceu em 1991 e apesar da rápida passagem, entrou para história política da cidade”.
Barrados no Baile – “Eu era recém casada e morava ainda na Vila Municipal; fomos para o baile de formatura de minha cunhada que foi realizado no extinto Monte Alto clube (MAC). Meu marido pediu para que eu fosse na frente e aguardasse na mesa reservada para a família, pois ele iria buscar sua irmã, Maria Aparecida, que estava se formando para professora e também sua mãe.
Chegando ao clube, o porteiro perguntou: aonde você vai?. Eu disse: vou na mesa da minha família esperar meu marido; hoje é formatura de minha cunhada. O porteiro disse: você não vai entrar, espera aí fora! Ele disse isso com desprezo no olhar.
Voltando ao Clube, “Fio” me perguntou: por que você não entrou? Eu respondi de imediato: não me deixaram entrar!
Após o lamentável episódio, meu marido travou uma discussão com a diretoria do clube. Passaram-se alguns dias e nos chamaram para sermos sócios. Meu marido disse: o que adianta eu entrar e as pessoas da minha cor e os pobres não poderem entrar, por isso eu não quero ser sócio”.
Nascimento do Turcão – “Nos anos 70, “Fio” procurou Elias Bahdur, que era prefeito, e pediu que fizesse um clube onde todas as pessoas poderiam frequentar, independente de cor e posição social, onde todos pudessem festejar juntos, Elias então nos garantiu que construiria um clube onde todos teriam acesso e cumpriu o prometido. No dia 14/04/1979, um sábado, foi inaugurado o clube que todos chamaram de Turcão, hoje Centro de Convivência da Melhor Idade, que leva o nome do meu esposo Benedito Aparecido de Carvalho”.
Mensagem – “Pessoas, tenham muita fé em Deus, por que com ele vivemos muito melhor, sem Deus não vivemos”.