Férias e recesso

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Durante toda a minha carreira como professor, sempre ouvi as falácias de que o docente tem muita mordomia, porque tem duas férias no ano. Diante das dificuldades que enfrentamos, considero-as uma verdadeira blasfêmia. Eu defendo a educação com unhas e dentes. Nunca aceitarei as verborragias que falam sobre a profissão, oriundas de pessoas que desconhecem a realidade da sala de aula, dos desafios e do tanto que nós empreendemos na nossa profissão para que o trabalho seja bem feito, mesmo perante tantas adversidades. Jamais aceitarei. O mundo está inundado de informações irrelevantes. Ter clareza sobre ele é ser sublime e poderoso. Os desventurados da língua e das palavras estão infestando a sociedade de mau-caratismo e não podemos deixar que cheguem até a educação. É uma luta externa e coletiva.

Um professor, para ter o salário digno, trabalha muito mais do que quarenta horas. Estou me referindo apenas à hora/aula. Há colegas – incluo-me na lista – que a carga horária semanal é de cinquenta a sessenta horas. Repito: refiro-me apenas às horas trabalhadas em sala de aula. Por trás de toda esta carga de trabalho, há o processo de preparação das aulas, do planejamento, do trabalho inclusivo para alunos com certa deficiência, da preparação das provas, correção etc. Se eu somar os trabalhos das colegas professoras que, além da docência, há todo o trabalho do cuidar da casa, dos filhos e principalmente do autocuidado, seria desumano escrever por estas linha que seguem a quantidade de horas trabalhadas que elas exercem no dia a dia. Dura realidade. E você, querido leitor (a), acha mesmo que nossas férias são descomunais e abastadas de mordomias? Eu poderia citar tantos outros trabalhos que desempenhamos além dos citados acima, todavia não o farei, porque o espaço cedido – embora ampliado neste semanário – não seria suficiente para mostrar a você, querido leitor, a nossa rotina de trabalho como o profissional que dá esperança de um país melhor a ti e, principalmente, aos teus filhos.

Necessitamos deste tempo para descansar corpo e alma. Sendo sincero, ainda é pouco. Todo bom professor, quando há os feriados, aproveita para adiantar o trabalho escolar. Nas férias, não é diferente. Neste exato momento, há um profissional da educação planejando suas aulas, organizando seus materiais didáticos e projetando um ano letivo de muitos desafios. Lembrem-se de que a educação é desafiadora. Para digladiar com ela precisamos de bons profissionais e, acima de tudo, descanso. Não estou romantizando o recesso e nem as férias. Quero apenas deixar claro que precisamos dos dois momentos. A quantidade de profissionais que se afastam devido ao trabalho exaustivo é exorbitante. Faz parte da natureza humana e animal alçar o voo, mas o pouso é fundamental para se chegar a lugares inatingíveis e longínquos. Ainda mais quando se tem vários vagões de sonhos e esperanças para serem observados, ouvidos e concretizados. É no nosso pouso que refletimos sobre o voo do outro. É no nosso exílio corporal e espiritual que enxergamos um mundo melhor para os nossos filhos e alunos. É o nosso momento de refletir o que deu certo e aprender com os erros. O relógio do professor não para. Não queira cortar as nossas asas. Somos feitos de espírito. Somos intocáveis.

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