A vida é uma escola a céu aberto. Só se aprende sobre ela quem passa pelos obstáculos que nos são colocados pelo caminho. Chega um tempo que estamos tão feridos com as pedras que vamos recolhendo que nada mais nos surpreende. Não se trata de ser frio com os problemas. Trata-se de maturidade e sabedoria. Essa só se conquista com o tempo; aquela, uma consequência dessa. Maturidade, sapiência (resiliência também), são os ensinamentos que esta escola mais ensina. A cada época, vamos nos aperfeiçoando porque o tempo muda as pessoas e devemos acompanhar este processo. Entretanto, o que vejo, com certa gravidade, é como as pessoas estão lidando com o sentimento ágape: o amor.
Mas o que isso tem a ver com educação? Ora, diz-me você: o que não é regido por amor? Nada do que fazemos se obtém resultados positivos se não for feito com amor. Eu amo lecionar, amo o ambiente de trabalho e o convívio com os alunos. Isto me torna ser um empreendedor de mim mesmo, pois invisto naquilo que eu amo fazer. Nada que se faz sem amor é positivo. Tudo o que fazemos sem amor, sucumbe. O amor sucumbe a cada falta de diálogo, de afeto e de presença. É fácil amar; o difícil é ser amado. Não estou cobrando amor dos meus alunos, mas sim, respeito. Quando eles perceberem que estou ali e me importo em estar onde estou e exercendo o meu ofício com amor, eu serei respeitado, porque eles precisam enxergar a minha doação e o meu comprometimento com o vosso aprendizado. Eles podem não me amar, mas enxergam o amor naquilo que faço.
Só o fato de eu me importar e amar o que faço, eu serei respeitado. Serei amado? Talvez eu seja de um modo peculiar que nós professores não enxergamos, pois há uma distância muito grande entre docência e discência. Isto não importa. Que nos amem nas lembranças e no saudosismo quando chegarem à idade adulta. Enquanto isso, vamos construindo os elos para que possamos ser lembrados do amor que cultivamos e não da desimportância que demos na vida escolar deste aluno.
Como ser humano e como professor, a gente espera que eles amem também. Todavia, indubitavelmente, que se respeitem. Amor sem respeito não existe e vice-versa. E não adianta forçá-lo. Isto vale para a vida. Ninguém deve permanecer por obrigatoriedade onde não há amor. Viver com ele já é difícil; sem ele, é penoso. O que dói nestas circunstâncias é a ingratidão. Saber que todo o amor depositado naquilo que fez não foi de valia nenhuma. Isso dói. Machuca. Mas o mundo é uma escola a céu aberto. Estamos sempre aprendendo sobre o amor. Maturidade, resiliência e sabedoria são disciplinas obrigatórias. Estude-as na prática.