Tudo que faço, procuro fazer com amor. Dedico-me intensamente no meu ofício, porque preciso lapidar as almas para um inferno de mundo. Assim sou eu o pai e o professor. Apego-me nas infindas leituras sobre esta flor do Lácio que escolhi como meio de vida, mas também mergulho na filosofia, na história e na minha fé inabalável, embora eu não seja um bom exemplo de cristão. Porém, a bíblia, eu a leio. Nela há tanta filosofia, instrução e um enorme olhar pedagógico sobre o que precisamos – nós, pais e professores – para lidarmos com o ofício que exercemos. Há uma passagem em que diz: “E, de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar enfado é da carne”. Eu sempre enfatizo a importância dos livros e, principalmente, a importância da leitura. Não há fonte maior de sabedoria do que se esbaldar naquelas páginas repletas de ensinamentos. Infelizmente, dão-se pouca importância aos estudos. A juventude de hoje em dia sonha em enriquecer com curtidas e visualizações. Procrastinam em seus aparelhos tentando chamar atenção do mundo. A própria bíblia diz: “Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata!”
Prudência! Entre tantas palavras que devemos levar no nosso repertório cotidiano-vocabular, esta é uma das mais importantes. Em todas as nossas ações e pensamentos a prudência deve ecoar. O jovem de hoje não tem limites, porque os pais são imprudentes. Não conseguem transformar seus filhos em seres sapientes que possam refletir sobre o eu, o nós e o mundo em que vivem. A busca pelo conhecimento é uma dádiva; exercê-lo numa sociedade que não pensa é uma sabedoria. Tudo na vida é prudência, seja qual for o ato ou a atitude. “O temor do senhor é o princípio da sabedoria”. Embora muitos não acreditam, este é o princípio de toda a busca de uma vida sapiente. Temer àquele que tudo criou e nos ensinou é a base do começo, do meio e do fim
“Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. Esta outra passagem nos mostra mais uma vez que a prudência é o caminho da sabedoria. Não é porque eu penso e ajo diferente do outro que vou me sentir superior a ele. Sou um leitor que procura o fim naquilo que é eterno. Isso não me faz o conhecedor da verdade. A verdade de todas as coisas ainda é uma dúvida. O que procuro, afinal é conhecimento que possa ser compartilhado e transmitido. Foi por isso que nasci professor e a alma dos meus filhos me escolheram: para ensinar a importância de se tornar sábio e prudente. Neste inferno de mundo, o livro é céu e as palavras formam o chão para se pisar num paraíso bíblico.