A inteligência artificial enterrará os poetas, os compositores, os escritores, os artistas. Estamos dando ao mundo uma guilhotina para cessar o intelecto e a criatividade. Os gênios serão escassos. Já são! As questões emocionais aumentarão gradativamente porque a sociedade colocará este oráculo dos tempos modernos como princípio, meio e fim. O sentimento será banalizado. Passaremos a amar o invisível, o utópico, o irreal. Não haverá diálogo e nem reflexão sobre a vida real, pois a humanidade estará presa dentro de um mundo facilitado pela inteligência artificial. Estamos a passos curtos deixando de viver o concreto. É assustador
Como professor, eu preciso falar sobre este assunto na sala de aula. Yuval Arari, autor do livro “Sapiens”, afirma que “uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis”. Com o avanço da inteligência artificial, o autor prevê que muitos profissionais não apenas ficarão desempregados, como também não serão mais empregáveis. É esta realidade futura que venho trabalhando em sala de aula, pois as consequências de toda essa magia tecnológica serão drásticas.
Minha aluna, Maria Helena Marcussi (foto), aluna do primeiro colegial da escola Objetivo, descreveu suas interpretações sobre o assunto. Eis, neste semanário, o verdadeiro protagonismo discente. Aderir às novas tecnologias é fundamental; reconhecer os riscos que ela apresenta é sabedoria.
“A Inteligência Artificial não pode prever o futuro, mas é provável que enterre os artistas em geral, pois a arte é algo que vem do interior, é talento, algo que nada e nem ninguém pode tirar. Esta tecnologia é desenvolvida a partir de dados e análises enquanto os artistas requerem da imaginação, expressão e de suas emoções e sentimentos. Esta inteligência segue um conjunto de regras; já os artistas não dependem disso e sim da verdadeira criatividade. A artificialidade desta inteligência está abrindo portas para novos desafios que podem parecer distantes. Mesmo avançando rapidamente, temos que encará-la apenas com uma complementação da criatividade humana e não como uma substituição completa.
Uma das formas em que a I.A está impactando o mercado artístico é por meio de certa redução do acesso à arte. Com o uso desta tecnologia, é possível criar obras de arte digitais sem ter o mínimo de talento artístico e disponibilizá-las na internet para a venda, enquanto muitos artistas colocam a alma naquilo que produzem. Este é o futuro! É preocupante.