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MÃOS DE TESOURA
Até 1964 a Rua Nhonhô tinha mão contraria a atual, ou seja, ela iniciava na esquina da atual sorveteria Super Moni e acabava no portão da Cica, depois já era a estrada municipal que ligava Taquaritinga e Vista Alegre do Alto.

O ônibus municipal conhecido como jardineira do Pitelli saia da esquina com a Cupertino Botto, da frente de um bar que funcionava como rodoviária. Era o ponto do Bar do Kiniti. A jardineira era conhecida como Coração de Mãe, sempre cabia mais um. O coletivo tinha como destino a cidade de Vista Alegre do Alto, emancipado há pouco, era distrito de Monte Alto.

A velha e folclórica jardineira a partir do Bar do Kiniti seguia parando duas ou três vezes em cada quarteirão, apanhando passageiros, malas e pacotes de mercadorias compradas no comércio pelo pessoal da zona rural. O senhor Pitelli, dono e motorista, também transportava malotes e cartas, destinadas às paradas no Barreiro e em fazendas no trajeto, quando não havia ninguém no destino esperando, o Pitelli deixava a jardineira em ponto morto, descia e colocava a encomenda no mata-burro ou aos cuidados de um passageiro que descia no local.

A jardineira tinha 25 lugares sentados e outro tanto de pé, além disso tinha uma escada que conduzia o excesso de passageiros para o teto, que funcionava como maleiro. Tinha passageiro que torcia para que não tivesse lugar apenas para ir no teto apreciando a vista panorâmica do trajeto, principalmente na serra para ver os macacos e eventualmente alguma onça. Os passageiros, quando velocidade era lenta, desciam com a jardineira em movimento, o que dispensava mudança de marcha ou até uma paradinha. Antes de “apear” o passageiro pagava a passagem diretamente ao Pitelli.

O pessoal do turismo deve urgentemente pesquisar onde está a jardineira para resgatá-la como um troféu histórico da cidade. Algum museu no estado ou fora de são Paulo deve estar abrigando-a. Esperamos a história andar!

BARBA E CABELO
O título do tópico supra, mãos de Tesoura, é para ilustrar o nosso mais famoso barbeiro da história local, o Sr. Otoni Bertoz, o Toni. Jamais teve outro profissional com a rapidez dele no corte de cabelo masculino. O filme mãos de tesoura deve ter sido inspirado nele. O salão do Bertoz era onde está o bar do Faustão.

Não era raro o Toni cortar um cabelo de passageiro que iria para Vista Alegre no Pitelli. Eu assisti mais de uma vez a proeza. O freguês perguntava se dava tempo de cortar até a jardineira chegar, que estava no horário de passar.

O Sr. Bertoz saia na calçada colocava a mão sobre os olhos para enxergar a jardineira e corria para dentro, mandando o freguês sentar-se na cadeira. Ele mal sentava e a tesoura comia solta. Ele falava para o freguês que dava tempo porque a jardineira estava ainda na esquina do Armazém do Florenzano, hoje Boticário. Era tiro e queda, na última tesourada e uma aparada da maquininha, o Pitelli buzinava na porta. O Sr. Otoni saia com o freguês na calçada tirando com as mãos as mechas de cabelo do ombro. O corte era sempre americano.

FRONTEIRA
A rua José Luiz Franco da Rocha era a divisão entre a Cidade/centro e a Calábria, praticamente duas cidades de Monte Alto. A rivalidade entre os adolescentes era intensa, quem invadisse o território alheio apanhava e às vezes ficava detido em alguma esquina sob vigilância. Havia os pontos de tolerância. A Igreja matriz era um deles. Na Calábria era o cemitério, os da cidade podiam acompanhar enterros sem medo, assim que acabava a cerimônia tinha que sumir rapidamente. Os dois cinemas também eram neutros, desde que os calabreses tivessem sem namorada da cidade. Uma parte namorar alguém da outra ou vice versa era um crime imperdoável, passível de agressão.

O nome Calábria foi originário de imigrantes da Itália daquela região. Os nomes eram das famílias Luchesi, Pugliesi, Veronezi, Milanesi e outros. Os pioneiros seriam tataravós das atuais das famílias. Eles compravam lotes para construir casas porque eram mais barato do que no centro e também para manter uma certa separação, porque devido a Segunda Grande Guerra, os italianos não eram bem vistos pelos brasileiros que lutaram naquele país. A rivalidade entre os jovens originou-se disso, os italianos mataram pracinhas na guerra.

CHAMINÉS
Muita gente de Monte Alto pergunta por que Monte Alto, uma cidade menor e mais nova do que as vizinhas Jaboticabal e Taquaritinga, era preferida para a instalação de indústrias. Nossa cidade sempre teve praticamente o dobro de industrias, ou mais, do que elas juntas.

Também porque dois ou três prefeitos da época eram empreendedores voltados para indústria e agricultura. Se bem que a “generosidade” deles contribui para a expansão do parque industrial. A Sul América (Campestre) recebeu toda aquela área para instalar a empresa. A CRAI e CICA também, foram agraciadas com sítios para que além das fábricas loteassem terrenos para casas dos funcionários. Porém os nossos políticos daquele tempo descuidaram da burocracia do Estado e as cidades vizinhas usaram de influência para conquistarem benesses do Estado, como Banco Do Brasil, Banco do Estado, Caixas Econômicas Estadual e Federal. Sede da Receita Federal, Coletoria Estadual, entre outras autarquias estaduais. Nossos vizinhos praticavam a política de resultados e Monte Alto preferiu a política de conteúdo.

FRASE
“Jaboticabal vive em função de Monte Alto” (Antônio Mazza, prefeito de Monte Alto).

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