Por Clube FM 100,5 Ribeirão Preto
Uma mulher de 24 anos, moradora de Sertãozinho, perdeu R$ 9,5 mil ao tentar comprar um carro através de um anúncio publicado em um site de compra e venda de produtos usados. Ela é mãe de uma criança portadora de paralisia cerebral, que tem total limitação de movimentos e necessita ser transportada com frequência.
“Meu filho vive na cadeira de rodas, para lá e para cá. Eu e meu marido resolvemos comprar um carro para diminuir o sofrimento, porque não é fácil pegar ônibus levando a cadeira de rodas e a criança”, explica M.S.
Na noite de 06 de outubro, ela viu o anúncio de um Corsa, quatro portas, ano 2007 no site e entrou em contato via aplicativo de mensagens. O responsável pelo anúncio, que se apresentou como Bruno, disse que o carro estava em ótimas condições.
Disse que fecharia com quem olhasse e gostasse na hora, porque precisava do dinheiro com urgência. A negociação se encaminhou. Segundo M.S., Bruno disse que o carro estava na casa de seu cunhado, que queria comprar, mas só teria o dinheiro em um mês e ele precisava receber com urgência.
No dia 07 de outubro, a mulher e seu companheiro foram encontrar o suposto dono do veículo. Eles foram até a casa do suposto cunhado de Bruno. Viram o carro, mas em momento algum, falaram com o homem que mora na casa onde estava o carro.
Depois seguiram com o carro em um mecânico lá perto, que examinou e disse estar tudo em ordem. Combinaram o pagamento e a mulher foi fazer um empréstimo de R$ 9,5 mil para a compra do carro. Fez três transferências via PIX na conta indicada por Bruno, que pertence a outra pessoa, M.M.J. O valor das transferências foi de R$ 9.283,00. A diferença ficou por conta de um suposto abatimento.
Assim que a transferência foi feita, Bruno bloqueou as mensagens de M.S.
Ela foi à casa onde o carro estava e falou com o suposto cunhado. Foi quando percebeu que havia sido vítima de um golpista estelionatário. Na verdade, o homem não era cunhado de Bruno. Era o verdadeiro dono do veículo. Ele explicou que anunciou o carro e esse homem que se apresentou como Bruno disse que era corretor e iria arrumar comprador. Pediu para não conversar com os clientes que trouxesse para ver o carro.
Neste momento, M.S. descobriu também que o carro não custava R$ 9,5 mil e sim R$ 19 mil. Desesperada, foi até a delegacia e registrou a ocorrência.
“Eu fiz um empréstimo para comprar o carro. Me endividei. Agora tenho a dívida e não tenho o carro. Estou desesperada. Era um dinheiro que não podia dispor. Ele sabia que meu filho tem paralisia cerebral. Sabia das minhas dificuldades e não teve coração. Agora espero conseguir ajuda de algum advogado, porque se não fizer como explicaram na delegacia [representar], não terei nenhuma chance de recuperar meu prejuízo. Embora ache difícil recuperar”, lamenta M.S.
A mulher veio há cerca de um ano de São Paulo para Sertãozinho, onde o companheiro havia conseguido emprego depois de passar anos desempregado. Eles trouxeram o filho, de cinco anos, portador de paralisia cerebral.