Tempos atrás eu havia publicado nesta coluna um artigo intitulado “E a leitura, como vai” onde citei a média de leitura do brasileiro até aquele notório momento – 1,7 livro por ano. Pois bem, uma nova pesquisa realizada pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, entidade mantida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), apontou uma ligeira melhora de 4,96 livros por ano. É pouco, muito pouco. Mesmo tendo um pouco mais de leitores no Brasil a melhora ainda é insignificante. Para se ter uma ideia dessa evolução, em 2011 a população leitora era de 50%; no ano de 2015 ela subiu para 56%. A pesquisa ouviu 5.012 pessoas, alfabetizadas ou não, mesma amostra da pesquisa passada. Isso representa, segundo o Ibope, 93% da população brasileira. Para a pesquisa, é leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses. Já o não leitor é aquele que declarou não ter lido nenhum livro nos últimos 3 meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses. 74% da população não comprou nenhum livro nos últimos três meses. Entre os que compraram livros em geral por vontade própria, 16% preferiram o impresso e 1% o e-book. Um dado alarmante: 30% dos entrevistados nunca comprou um livro. Para 67% da população, não houve uma pessoa que incentivasse a leitura em sua trajetória, mas dos 33% que tiveram alguma influência, a mãe, ou representante do sexo feminino, foi a principal responsável (11%), seguida pelo professor (7%). As mulheres continuam lendo mais: 59% são leitoras. Entre os homens, 52% são leitores. Aumentou o número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos – de 53% em 2011 para 67% em 2015. Entre as principais motivações para ler um livro, entre os que se consideram leitores, estão gosto (25%), atualização cultural ou atualização (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência.
A fonte da pesquisa acima foi de uma leitura que fiz do jornal “O Estadão”. Fico aqui pensando quantas pessoas tiveram o interesse em saber desse retrato negativo da nossa leitura no Brasil. Fico mais assustado ainda com a porcentagem de pessoas que não compraram um livro no decorrer do ano ( 30% ) e o fato de o professor ( apenas 7% ) contribuir com esses dados negativos da leitura. É preciso rever essa questão cultural do brasileiro. Como eu disse em edições anteriores, é necessário que se faça projetos voltados para inverter esses dados ruins do público leitor no Brasil. Não adiante pensar em educação com apenas um giz na mão. Ler é educar. É Enxergar o mundo com outros olhos e fazer da leitura um mundo de sonhos e torna-lo real dentro dos limites de cada leitor.