Hodiernamente, são poucos os que querem seguir carreira na educação. Não pela falta de oportunidade de estudar numa faculdade, mas sim pelo medo do ofício. Recentemente li uma reportagem que a aluna tinha agredido verbalmente e fisicamente uma professora de uma escola aqui da nossa região. Lamentável! São notícias como essas que vão afastando aqueles que querem seguir esta linda profissão. Além do perigo do ofício, os profissionais são mal remunerados. Lembro-me de uma história de uma amiga que foi atingida por um chinelo na sua primeira semana lecionando. Naquele notório momento ela disse que desistiria da educação pelos dois fatores negativos citados anteriormente. Mas como eu sempre digo, o professor não se forma; ele já nasce professor. Em respeito e amor ao ofício ela superou todas essas dificuldades e se tornou uma grande profissional.
Se você tiver a oportunidade um dia de sentar e conversar com um professor e quiser saber destas histórias incongruentes dentro da profissão, prepare-se para um grande choque da realidade docente. É um paradoxo de amor e ódio, mas sempre com um final feliz.
São histórias como essas que os cursos de licenciatura vão perdendo o espaço e não sei se aqueles que ainda insistem, vão resistir com o tempo. Entre os alunos que se formam, são poucos os que realmente desejam seguir carreira em sala de aula. Além dos salários pouco atrativos, o baixo prestígio profissional está entre os fatores que tornam a docência menos atraente. Alguns especialistas dizem que não são somente os problemas citados anteriormente. Faltam planos de carreira e ainda é preciso lidar com questões como desagregação familiar e o seu apoio à escola.
Quando dizemos que somos professores, vem a seguinte pergunta “Você trabalha ou só da aula?”. São ideologias como essa e a falta de prestigio que tornam a profissão também desanimadora. A própria sociedade faz do ofício como se fosse uma fonte de segunda renda. Todos nós profissionais envolvidos sabemos o quanto trabalhamos e resistimos na docência. Somos a nossa própria crítica e estamos cansados de ouvir pessoas que não vivem a realidade da sala de aula. Chegará o dia da sua escassez se não passarem a valorizar a profissão que forma outras profissões, que inspira, que forma cidadãos e que acredita na solução de muitos problemas através da educação.