Semântica
O Brasil tem muito Estado e pouco povo. Como o brasileiro não gosta de política, os políticos, que não gostam do povo, governam o país. Protegidos nas suas casas-grandes abusam dos que vivem nos senzalões. Como o Brasil é um território essencialmente agrícola, o fim da escravidão legal criou uma servidão rural, constituídas de pequenos “produtores”, cujo Senhor é o atravessador, uma nefasta figura secular, que nenhum governante se preocupou em erradicar desde a colônia, porque o atravessador livra o Estado de responsabilidade social para com o Homem da roça. Esse processo, produtor/atravessador/consumidor, é a base piramidal do mercado alimentar do Brasil, cuja existência é responsável pela obediência civil do cidadão, que idolatra os governos eleitos legitimamente, fazendo do eleitor uma vítima passiva e “comprassiva”. Os governantes proferem sentenças demagógicas, fazendo crer aos incautos que mantêm ativos, programas de igualdade social, quando são apenas consumistas, às custas da sociedade produtora do país. Quando sobra carro nos pátios das montadoras multinacionais, o Estado decreta programas de incentivo à venda, isentando de impostos a indústria automobilística, enquanto as sobras de safras agrícolas são ignoradas. A figura do atravessador não será exterminada por lei, mas por intervenção estatal. Em Monte Alto, por exemplo, se existisse câmaras frias, para armazenamento de cebola, o atravessador, impondo preço, teria a sua ação inibida.
Meio-fio
Não se entende como o urbano de Monte Alto, aprendeu que é o pedestre que deve esperar os veículos para atravessar e não o contrário. Resta lembrar-lhes que antes das quatro e duas rodas, existiam as duas pernas humanas (ou quatro) e antes do motor, o cérebro. Ignição rápida!
Oslo
Em dezembro do ano passado, a Europa convocou todos os países do continente para que cada qual expusesse seus problemas e então, a comunidade os resolveria. Todos os países mostraram publicamente seus problemas maiores. Na vez da Noruega, o representante do país declarou: “o problema da Noruega é que o país não tem problema nenhum”.
Pista
Em 1970, a Fepasa (Ferrovias Paulista S/A) desativou várias estradas de ferro. Uma delas foi a que passava pelo povoado de Ibitirama. Logo começou a especulação sobre o asfaltamento da estrada municipal que liga Ibitirama a Monte Alto. Boatos deram conta que, na secretaria de transportes do Estado de São Paulo, um mapa da estrada registrava que o asfalto estava pronto. O tempo passou e foi há pouco tempo que a estrada ganhou asfaltamento. Para variar, dizem que no projeto estava prevista uma ciclovia, que obviamente não existe. A política provinciana sempre tem disso!
Bique
Se faz necessário dizer às pessoas que usam ciclofaixa (ciclovia não tem em Monte Alto), que devem seguir o mesmo sentido de direção da pista do leito carroçável, mesmo quem usa a ciclofaixa para caminhada. A ciclofaixa não é uma calçada, é parte da rua, com a devida restrição.
Cardápio
O Restaurante Abril é o mais antigo de Monte Alto, existe desde 1954. Seu funcionamento foi interrompido quando o fundador, Augusto Abril, foi vítima fatal em um acidente automobilístico. O restaurante foi vendido para o Sr. Antonio Pimentel, que mudou o nome para Filé de Ouro. Quando o restaurante mudou de endereço, a família Abril voltou a reinaugurar o estabelecimento, no endereço em que funciona até hoje. O Restaurante Abril marcou época quando servia uma feijoada, que segundo a cidade toda, nunca teve outro igual. Quando perguntei ao Nelson, um dos atuais proprietários do restaurante, porque a feijoada saiu do cardápio, ele disse que os preços do prato seriam praticamente proibitivos, se mantida a qualidade. A feijoada do Abril é, sem dúvida, um ícone da cidade!
Dia D
Considerado por muitos como o maior estadista de todos os tempos, Wiston Churchill, primeiro ministro inglês, durante a Segunda Guerra Mundial, curiosamente perdeu a reeleição para o cargo, depois de um ano do final do conflito, do qual a Inglaterra e os aliados saíram vitoriosos. Até o rei George II, pai da rainha Elizabeth, deu seu apoio a Churchill. O primeiro ministro tinha a fama de não ter amigos, os quais não lhe faziam falta, afirmava. Certa vez, um diretor teatral mandou um convite para Churchill, para ele assistir à estreia de uma peça, acrescentando que ele poderia levar um amigo, se o tivesse. O chanceler respondeu: “infelizmente não posso estar presente na estreia, com prazer estarei na segunda apresentação, se tiver”.