O caríssimo café Collatrelli, privilégio para poucos

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Antes da pandemia, um pacote de 500g de café custava menos de dez reais. Hoje, está custando quase vinte! Mas, como ficar sem o nosso bendito cafezinho?

Uma das lembranças que trago de Monte Alto é o cheirinho gostoso do café Cidade do Sonho, que se espalhava por pelo ar enquanto era torrado. Um cheiro tão bom quanto o cheiro de terra molhada quando começa a chover. Um cheiro raiz.

Do café, já se falou mal e já se falou bem. Nas modinhas gastronômicas baseadas na nutrição balanceada, ele já foi o vilão, por causa da cafeína, e depois se tornou de novo o herói, aliado da saúde e do bem estar. Isso, sem falar no prazer que se sente ao tomar uma xícara de café fresquinho. Bem, um fresquinho que é quentinho. Quanto mais quente melhor.

Tem gente que gosta puro, tem gente que gosta com leite. Com açúcar, sem açúcar, forte, fraco, com canela, cremoso, com pão e manteiga, com bolo de fubá ou bolinho de chuva. Logo ao acordar, depois do almoço ou no fim da tarde. E, mesmo que não se pretenda oferecer um café à visita, é normal dizer: “Passa lá em casa para um cafezinho”, ou “Precisamos tomar um café uma hora dessas”.

Eu não sou viciada em café, do tipo que toma café o dia inteiro e, se não tomar, fica com dor de cabeça. O café para mim é uma bebida matinal, que eu dispenso no resto do dia, exceto em uma visitinha. Mas, sem ele, as minhas manhãs não são as mesmas, fica faltando alguma coisa.

No mercado, há diversas marcas. Aqui onde moro, por exemplo, temos o “Café Toninho”. É um bom pó, dá para fazer um café encorpado, mas, eu o compro mesmo pelo nome. É tão simpático, tão amigável, tão agradável! Há outras marcas que me agradam, principalmente as que oferecem a versão extraforte. Sabemos que o café que fica no Brasil não é o melhor. O bom mesmo é o tipo exportação, que leva para vários lugares do mundo o aroma, o sabor e a fama do nosso café. A gente se vira com o que fica, mas, dá para o gasto, é só caprichar bastante na feitura.

Porém, entre todas, há uma marca que é a minha preferida, apesar de ser caríssima. Falo do café Collatrelli. Muitas pessoas que moram em Monte Alto conhecem bem a goiabada Collatrelli. Goiabada e outros doces, mas, o carro chefe, sempre foi a goiabada. Lembro que, quando menina, morava na Rua Carlos Kielander, bem pertinho da casa da Dona Joana, e em algumas tardes minha mãe ia ajudá-la a lavar, descascar e picar goiaba. Ela, sempre muito simpática, ficava sentada com o seu avental, conversando com suas ajudantes, enquanto a goiaba ia sendo colocada dentro dos grandes tachos para depois virar a deliciosa goiabada artesanal da Tia Joana Collatrelli. Lem ro do cheiro e do gosto da goiaba e até da voz dela. Bons tempos, boas memórias.

Mas, quem sabe que em Monte Alto existe também o café Collatrelli? Nunca ouviram falar? Acham que estou inventando? De jeito nenhum! É um cafezinho que tomo todo dia, em canequinha de ágata, já meio descascada na borda. Quem prepara o delicioso cafezinho é a minha irmã de coração, Taína Collattrelli (Natalina, para os menos íntimos). Quase 50 anos de amizade, considerando nossos esporádicos encontros da infância. Amizade que se estreitou na juventude e que nos acompanhará pela eternidade.

Taína levanta cedo. Eu também. Nossas conversas começam pelas cinco e pouco da manhã. Comadre daqui, comadre dali, e fica pronto o cafezinho gostoso e saboroso como nenhum outro no mundo. Eu disse que esse café é caro, na verdade, ele não tem preço e, realmente, é um privilégio para poucos.

Estou a centenas de quilômetros de distância, e só posso imaginar o gostinho gostoso e o cheiro inebriante do café preparado por minha amiga querida todas as manhãs. Dele, fico com o carinho, com esse dedinho de prosa virtual que faz os dias serem mais agradáveis, mesmo quando eles são difíceis.

Não vejo a hora de ir passear aí ou ela vir aqui, para apreciarmos essa gostosura ao vivo. Estou reformando a minha cozinha e fazendo um cantinho especial para o café. Espero que a Taína possa vir para o inaugurarmos juntas, sem pressa, numa manhã que comece às cinco e se estenda até depois do almoço.

Quem pode tomar esse cafezinho com ela, aí de pertinho, não perca a oportunidade, porque, café como esse, e mulher como essa, é coisa rara de se achar!

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