OMS declara emergência internacional por varíola do macaco

OMS se mostra preocupada com disseminação da varíola dos macacos. Já são mais de 14 mil notificações de casos recebidas de 71 países.

Por Uol – Jamil Chade

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou hoje que a varíola do macaco é uma emergência sanitária global. A decisão foi tomada depois de semanas de uma indefinição por parte dos especialistas diante da expansão da doença e do potencial risco de contaminação. Governos são solicitados, agora, a intensificar as ações de monitoramento. Para a agência, será necessária uma ação coletiva para lidar com a nova crise.

O debate intenso entre os cientistas resultou em uma decisão que levou semanas para ser concluída. Há um mês, o Comitê de Emergência da OMS foi convocado para avaliar o tema. Mas, com apenas 3 mil casos, não houve um consenso sobre a declaração da emergência internacional.

Nove cientistas foram contrários à declaração, enquanto outros seis apoiaram a decisão.

Mesmo assim, a cúpula da OMS decidiu anunciar a declaração de emergência, sob o argumento de que os riscos são reais e que uma ação precisava ser tomada. Hoje, a doença está em 75 países.

Até hoje, cinco emergências foram declaradas pela instituição em pouco mais de dez anos e sinaliza a necessidade de que governos em todo o mundo tomem medidas para monitorar o surto e controle os casos. Mas essa é a primeira anunciada sem a chancela do Comitê de Emergência.

Com mais de 16 mil casos e cinco mortes, a doença passou a ser monitorada pela OMS. No Brasil, o Ministério da Saúde informa que 607 casos foram identificados.

A declaração de uma emergência global tem como meta aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa de casos e implementar medidas para ajudar a conter a circulação global do vírus.

A reunião do comitê de emergência da OMS ainda ocorreu em um ambiente de crescente preocupação com o aumento de casos registrados em áreas não endêmicas fora da África, especialmente na Europa, mas também nas Américas, com vários casos também relatados na Ásia e Oceania.

Um alerta sanitário internacional foi lançado pelo Reino Unido em meados de maio, e desde então os casos têm crescido neste país, assim como na Espanha, Alemanha, Portugal, França, Canadá, Holanda e Estados Unidos.

Numa declaração, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que está “profundamente preocupado com a disseminação da varíola macaco”. “Isso vai mobilizar o mundo e forçar uma coordenação no mundo”.

Pedindo que os países colaborem e compartilhem informações, a OMS fez um apelo para que governos e fabricantes trabalhem juntos para atingir as metas globais de saúde pública, “garantindo que as populações afetadas recebam contramedidas médicas para a varíola do macaco e que estas sejam utilizadas através de pesquisas padronizadas e coleta de dados para avaliação adicional da eficácia clínica da terapêutica e avaliações da eficácia da vacina”.

Estigma

Uma das principais preocupações da OMS se refere ao fato de que a doença possa ampliar o estigma em relação a um grupo específico da população. Hoje, mais de 90% dos infectados são homens que têm relações sexuais com homens. “O surto pode ser parado. Mas o estigma é tão perigoso quanto o vírus”, disse Tedros.

Outra preocupação se refere à falta de vacinas. Hoje, o volume de doses é limitado e a OMS admite que a eficácia dos imunizantes é limitada.

No caso da Europa, Tedros considera que o surto representa um “risco elevado” e “moderado” para o resto do mundo. Mas isso pode mudar diante da proliferação. As incertezas e a intensificação do número de casos levaram, portanto, a OMS a tomar a decisão.

“Temos um surto que se espalhou pelo mundo rapidamente, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco, e que atende aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, disse Tedros.

“Por todas estas razões, decidi que o surto global de varíola macaco representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional”, afirmou.

Tedros apresentou orientações com base em diferentes níveis e a intensificação de casos em cada um dos países. Para os locais onde existe transmissão de humano para humano, a sugestão é para que medidas sejam coordenadas para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis, além de envolver e proteger as comunidades afetadas, intensificar a vigilância e as medidas de saúde pública, fortalecer a gestão clínica e a prevenção e controle de infecções em hospitais e clínicas.

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