Havemos crise
O Brasil não está em crise, é uma crise permanente! O país não tem uma identidade definida, não é uma nação, é apenas um grupamento étnico heterogênico. O poder público não existe, foi substituído pelo poder oligárquico permanente. A formação do povo brasileiro é uma legião estrangeira, prevalecendo o europeu, seguindo do afrodescendente e dos orientais. Os brasileiros de fato, que seriam os denominados índios, sequer sabem que é seu país. As etnias citadas são patriotas por adoção, porque são diferentes racial e culturalmente, se tornam incapazes de exercerem a igualdade nacional, o que gera uma disputa de privilégios, do que se aproveitam os políticos. Quando afirmamos que o Brasil é novo, logo acontecem as contestações do tipo: os EUA têm a mesma idade! Realmente é verdade, porém, as originais treze colônias eram formadas apenas por europeus, de três etnias. Com a fundação do Estado livre, os habitantes originais agregaram orientais e afrodescendentes, moldando-os à recém-fundada nação, logo, todos se tornaram cidadãos, ainda que com direitos diferentes, porém, com o mesmo princípio democrático, o que gerou a igualdade e o sentimento nacionalista à altura do europeu. O Brasil de fato foi parido em 7 de setembro de 1822, prematuro, ficou na incubadora até 15 de novembro de 1889, quando nasceu órfão de pai e mãe, que seriam país e nação. Não existe um período na história do Brasil que crises de toda ordem aconteceram, sua pouca idade poupou-o das tragédias, que os europeus com dois a três mil anos de existência passaram; o que lhes deram a capacidade patriótica e o sentimento nacionalista. Praticamente todos os países europeus tiveram de tempos em tempos seus habitantes dizimados por guerras, doenças e fenômenos naturais. Enfim, o Brasil é uma crise que pode ser administrada pelo povo, desde que saiba quem é o inimigo, que infelizmente é o poder oligárquico. No Brasil de muitos mandam poucos!
Trono
Nas monarquias o rei perdia o poder na morte ou na abdicação. Nas chamadas democracias, como a brasileira, quem está no poder não desce do trono, ainda que o sistema democrático se consolide com a alternância. Atualmente, o Partido dos Trabalhadores, que sempre se primou pela democracia plena, quando a presidenta Dilma terminar o mandato, terá governado 16 anos (a ditadura Vargas ficou no poder por 15 anos). Caso o PT vença as próximas eleições e consiga a reeleição, o partido somará 24 anos de poder, a ditadura militar durou o mesmo tempo. Quando a reeleição foi aprovada pelo Congresso Nacional, o presidente da república era Fernando Henrique Cardoso, que ficou no poder oito anos. Todas as eleições do Brasil deveriam ser seguidas de uma confirmação, do tipo anual. Os eleitos, por conta própria, submeteriam seus nomes a uma confirmação popular. Quem fosse bom ficaria, caso contrário, fora!
In ambíguo
Na Noruega, uma boate, em Oslo, sofreu um incêndio, no qual morreram 29 pessoas. Depois de uma semana o primeiro-ministro renunciou ao cargo. No Brasil, em Santa Maria (RS) a boate Kiss pegou fogo, morreram mais de 200 pessoas e dezenas de outras estão com sequelas. O culpado: o fogo!
Manto
O Brasil é um Estado laico desde a Proclamação da República, o que torna inexplicável o fato do país ter cerca de quatro feriados nacionais de origem católica. Além dos municipais.
Ano domini
O que chamamos de ano-novo é apenas uma virada no calendário, cujo primeiro de janeiro é um dia depois do 31 de dezembro e este um dia antes daquele. O ano pode virar a qualquer dia e mês de qualquer tempo. Na virada oficial do calendário gregoriano, não se sabe a razão, multidões se amontoam em vários locais para observar a queima de fogos de artifício. Não há adjetivos para classificar tamanha imbecilidade!
Cerco
Algumas empresas multinacionais sediadas com suas filiais no Brasil, estão instalando sistemas de bloqueios de sinal de celular nos banheiros, para evitar que os funcionários com o pretexto de usar os sanitários, usem os celulares sentados no trono.
Grama
Lá pelos anos 60, os então novos bairros de Monte Alto, tinham vários campinhos de futebol. Geralmente eram do tamanho de um terreno, que aguardavam as construções das residências. Como alguns eram comprados para especulação ficavam muito tempo vagos. A molecada improvisava uma trave, geralmente de bambu e estava pronto o “estádio”. A frustração acontecia quando o proprietário do lote avisava que construiria uma casa. A gente torcia para que a construção não desse certo!
Castanha
Entre as décadas de 50 e 70 as casas de Monte Alto, principalmente as das ruas Jeremias de Paula Eduardo e Dr. Raul da Rocha Medeiros, com quintais grandes tinham pequenos pomares, nos quais os cajueiros reinavam. Os moleques, então, batiam nas portas para pedir cajus, as pessoas davam os que estavam no chão, maduros ou quase. Quem não dava tinha o pomar assaltado. Um moleque, cujo nome não é conveniente revelar, porque adulto, hoje é doutor, juntava os cajus colocando-os numa cesta e os vendia na rua.