Tarde… Sol puro.
Palmeiras tranquilas
Ruas sem vida
Claridade de areia
Brilho…
Na calma, no silêncio
do descanso
Ouço o grito abafado
das crianças
Ouço o ressonar dos velhos
Ouço o sussurro dos jovens
Ouço o respirar
suave do meu povo.
É domingo,
e a princesinha dorme.
Monte Alto dorme
Monte Alto sonha
Monte Alto lembra,
e no sono
Monte Alto chora.
Nas tardes tristes
O vento canta melodias
Nas suas árvores centenárias
Nas serras
Nos espelhos d´ água…
É quase noite,
e os pássaros aos bandos
formam trilhas no céu.
Devagar Monte Alto acorda
Operários apressados
O burburinho das lojas
que se abrem
Estudantes sonolentos
Alegram o despertar
da princesinha…
Ela acorda assustada.
Não esperava
O progresso, o avanço
A mudança.
Espreguiça satisfeita.
Assim é que sonhara um dia
Ver sua terra pisada
Pelo Brasil inteiro!
Monte Alto é feliz
Nos passos do nordestino
Dos baianos e mineiros.
Nos seus muitos anos de vida
Monte Alto chora e ri
E ela é brilho e claridade:
São suas areias o berço
do Homem de amanhã…