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Tribuna
Devido à proximidade com o povo, inclusive fisicamente, o vereador é o cargo político mais importante do Brasil. Ninguém fala cotidianamente com deputado e senador. Atualmente, a internete passa a impressão ao eleitor e cidadão que há contato entre as partes, quando não é real, porque as mensagens enviadas pelo povo não são respondidas pelo destinatário, quando muito, um assessor do terceiro escalão responde acusando o recebimento. Enfim, no município acontece o oposto, o eleitor pode abordar o vereador, independente de ter ou não votado nele, em qualquer local da cidade, na fila de um banco, na sala de espera de um médico, em uma loja e até numa lanchonete. O que existe nos vereadores brasileiros, com poucas exceções, é um afastamento do cidadão, primeiro pelo temor de cobranças e depois, típico da cultura política nacional, para evitar os pedidos de favores pessoais, que o vereador atende para preservar seu eleitorado, ou corre o risco de perder eleitores nas futuras eleições. Os vereadores, por precaução, levantam um muro entre o cargo e seus munícipes, quando deveriam construir uma ponte nesse espaço. Por outro lado, os cidadãos se afastam dos seus parlamentares, criticando suas atuações, sem avaliações justas, criando uma rejeição ao cargo, como se o vereador tivesse pouca importância no contexto político municipal, criando a velha e ultrapassada ideia: para vereador, qualquer um serve! (Caso algum leitor discorde da tese aqui exposta, fica a pergunta: em que vereador você votou nas últimas eleições e qual era o partido dele?).

Edil
Numa das eleições municipais dos anos 80, o saudoso Jaime Saccani foi candidato a vereador. Naquela oportunidade, a lei eleitoral permitia um tempo proporcional de rádio, ao número de candidato por partido. A única rádio de Monte Alto era a praticamente secular, Rádio Cultura. O partido do Saccani era nanico e o tempo dele no ar era mínimo, coisa de 30 segundos. O programa era diário, mesmo com o tempo exíguo, Jaime participava sem faltar. Em uma oportunidade, revoltado com as promessas dos candidatos com maior tempo, faziam no programa, o velho Jaime tascou: “se eleito minha promessa será desviar o Rio Mogi para Monte Alto e todos poderão pescar à vontade”. Naquele dia, muita gente cumprimentou o Jaime pela inusitada promessa, na época ele trabalhava na Padaria Delícia, de saudosa lembrança, quando foi atender um cliente, ouviu o cumprimento: “parabéns, seo Jaime, eu gosto de pescar. No próximo programa o senhor tem que dizer que para chegar em Monte Alto, o rio Mogi precisa de uma ponte”. Quem estava no local naquele momento, disse que o Jaime precisou parar de atender, vítima de uma crise de riso, porque o sujeito disse aquilo com a maior simplicidade, crente em promessas políticas.

Mandrake
Muita gente gosta de espetáculos com magia. Existem aqueles que pedem para o mágico mostrar como é o truque. Não gosto, nem desgosto! Talvez eu seja um admirador de qualquer coisa parecida, quando assistir um coelho tirando um mágico da cartola.

Apito
Alguns locutores de futebol deixaram de se referir ao árbitro de juiz. Porém, muitos ainda incorrem no erro e os torcedores dizem juiz sempre. Um juiz é quem decide em julgamento, lendo os autos ou ouvindo as partes, a culpa ou a inocência, sem jamais tomar uma decisão antes desses procedimentos. Um árbitro é quem arbitra por conta e risco, uma culpa ou inocência, exatamente como faz quem apita uma partida de futebol. O árbitro vê o lance e penaliza o infrator, ainda que a infração não tenha existido. Para ser juiz, o árbitro em questão, tem que ouvir o infrator e a vítima e determinar o que deve ser feito. Como no futebol não é possível fazer isso, quem apita o jogo é sempre um árbitro, muitas vezes arbitrário, diga-se!

Vacina
Em 1940, nos EUA, quando o presidente era Franklin D. Roosevelt, uma epidemia de poliomielite atingiu o país, o próprio presidente, 30 anos antes, aos 10 anos de idade, fora vítima da doença. Ele foi aos meios de comunicação, rádio e jornais (a TV começava) pedindo à população uma contribuição para desenvolver uma vacina. A campanha foi chamada de “Campanha dos Centavos”, na qual todos colocavam as moedas metálicas de centavos no comércio em geral, que eram enviadas à Casa da Moeda, que as trocava com notas maiores de dólares e as devolvia novamente ao comércio, que voltava por meio das doações. Em oito anos foram arrecadados 200 milhões de dólares, destinados a um instituto de pesquisas, que acabou por desenvolver uma vacina, que teve o nome do cientista Salk. Ela erradicou em menos de um ano a doença no país. A vacina foi adotada pelo mundo todo, quem não fez uso dela, passou a usar a Sabin, que foi a que o Brasil usou e usa, e tem igual eficiência. De moeda em moeda o povo norte-americano salvou uma nação de crianças.

Refrão
Água no umbigo – cuidado – perigo! (Bombeiros salva-vidas marítimos).

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