NOVA INGLATERRA
Onze anos depois da assinatura da Carta da Independência, o Império Britânico reconheceu o novo país da América, Estados Unidos da América, além de proteger o novo aliado. Quem mexer com os EUA ofende a Inglaterra e vice versa. No final do século passado a argentina, país do continente americano, rompeu com os ingleses pelo controle das Ilhas Malvinas (Nome inglês Falklans) e calculou que teria o apoio dos EUA no conflito, somos todos compadres. Os irmanos deram o maior furo, assim que os ingleses contaram aos EUA o que estava acontecendo, os ianques cortaram o barato dos argentinos e no fim todos viram, as Malvinas ficaram com a Inglaterra.
Não se trata de umas ilhotas geladas desérticas, elas são importantes reservas de petróleo – inglês não dá ponto sem nó – norte americano também não!
Sobre o novo país no continente, os EUA, antes colonizados, passaram a ser imperialistas, iniciando a exploração econômica pelas ilhas caribenhas, sobretudo na exploração da banana. Os EUA reformaram seus barcos de pesca para transportar as bananas das ilhas. A fruta era nativa e os habitantes colhiam sem cobrar pelo serviço carregando os navios em troca de comida e presentinhos, à moda escrava.
O país fundou uma empresa, a US Fruit para comprar e vender exclusivamente as bananas que tinham um custo zero, apenas as despesas únicas, o transporte. Os ilhéus carregavam os barcos e alguns viajavam com a carga para descarregar no destino, tudo na vase da serventia. Além de limpar as ilhas das bananas, os EUA cuidavam de protegê-las de invasores europeus e piratas, incentivando os nativos a criarem Estados com governo legalizado. Os novos países eram chamados pelos norte-americanos de república das Bananas. O Brasil foi considerado uma delas, porque nossos litorais tinham bananais que cobriam florestas inteiras. Os EUA também faturavam nossa mão de obra barata e pagavam centavos pela banana. Até hoje no país, nas feiras, quando uma mercadoria é muito barata, dizem – é preço de banana!
MAPA RACIAL
Mudou o mundo, mudou o Brasil ou mudou a África. A certeza é que mudaram os publicitários. Na maioria dos comerciais os protagonistas são os afros descendentes. Nas peças referentes aos perfumes, a cada mulher branca aparecem duas ou três negras ou mulatas, inclusive crianças. O poder de compra dos negros aumentou de fato, porém se tem apelo comercial tanto como os brancos é necessário mais pesquisas de campo. Ainda não vimos peças publicitárias mostrando patroas negras com empregadas brancas ou orientais.
SUPER RAÇA
Agora não se vê mais, cerca de 20 anos atrás, as propagandas dos cursinhos mostravam que qiuatro em cada cinco aprovados eram descendentes de asiáticos, os famosos “japoneis”. Foi mal, ninguém queria participar de cursinho onde havia “japoneis”, eles abocanhavam todas as vagas, e ainda por cima nas primeiras posições das mais conceituadas instituições. (A supremacia branca sofreu um abalo na sua liderança). O preconceito não é apenas de branco para negro e em escala menor ao contrário, ele existe entre branco e asiático. Muitos branquelos tem colegas nipônicos na escola chamando-os de japa, japinha, japoneis e saem da escola sem saber o nome real.
TELA QUENTE
Durante a guerra fria entre a URSS e os EUA nos anos 1950/1960, os estúdios de Hollywood enviaram para o Brasil várias equipes de filmagem para realizarem documentários sobre o país. Era do interesse dos EUA divulgar o Brasil para tê-lo como aliado na política internacional.
Com a equipe veio a consagrada atriz, Candice Bergen, que se encantou com a cidade do Rio e com o jornalista Tarso de Castro, que escrevia para o Pasquim e era “um bon-vivant”. Eles namoraram todo o temo que ela ficou no Rio e quando foi para os EUA, levou o endereço do Tarso se correspondendo com ele semanalmente, até mandando passagens de avião para que ele fosse a Los Angeles.
Registre-se que não era apenas mais um casal, Candice era noiva do poderoso chefão da Metro Goldwin Mayer, o Louis Mayer. Ele mandou um convite para Tarso ver o casamento. (Ele não foi alegando que o Leão da Metro urrava muito).
ESTRELA
O general Grant se consagrou na Guerra Civil de 1865, cujo resultado foi a absolvição dos escravos por Lincoln. Grant era indisciplinado e bebia demais. Era um alcoólatra assumido, porém de uma competência bélica invejosa e coragem jamais vista. Quando o alto comando revelou o vício para Lincoln, aconselhando-o afastar do comando, Lincoln respondeu: “arrumarem mais 20 bêbados como ele, que alistarei-os imediatamente. (Grant foi presidente dos EUA).
CHAMINÉ
A última viagem do “trenzinho” (Esse era o nome que a gente chamava o trem local, que vinha de Ibitirama e seguia até Vista Alegre do Alto), aconteceu numa tarde de 1960. Os moleques ficaram triste, nem tanto pela falta do trem, mas porque não teríamos mais a alegria de colocar areia nos trilhos para ver a locomotiva patinar, na subida do Dr. Julio. Esperteza por esperteza, um ajudante do maquinista quando via que o trem não saia do luar, pegava uma lata de areia grossa e esparramava sobre o trilho, tornando o áspero e a viagem prosseguia.
CENA
Nunca vi outra cena igual. Um dia o trenzinho subia o local íngreme quase a zero por hora, quando um passageiro pediu para descer do vagão. Ele pulou para fora e agarrou um bezerrinho, levando-o para dentro do vagão de passageiros, sempre abraçados com o animal, que seguiu a viagem dócil, sem esboçar reação.