Não consigo entender o porquê que os céus insistem em levar os anjos terrenos. Temo que, por aquelas bandas divinas, há uma escassez angelical. Há certa falta de LUz que deixou de irraDiar pelos cantos e encantos celestes. Talvez seja este o motivo da falta dos MILAgres terrenos que tanto imploramos quando estamos desesperados. O céu deve estar em crise. Parece-me que tudo isso que estamos vivendo é um arrebatamento: ir-se-ão os bons, ficam-se os pecadores. Ficam aqueles que precisam sofrer em terra para se chegar à paz infinita. Mas os ANjos, filhos terrenos que não entendem os lados dos céus, são puros e JOviais.
Sua partida é um pedaço arrancado da nossa alma. Há uma destruição tão grande para aqueles que ficam que as cicatrizes perduram por toDO o tempo carnal. Todos nós, calejados pela matéria e com experiência espiritual, entendemos quando a indesejada da gente chega, porém quando o mesmo acontece com alguém que se vai precocemente, fica uma sensação de incredulidade, desesperança, infidelidade perante a palavra bíblica e uma destruição total do eu. Independente do SENHOR que acreditamos, precisamos do mesmo para voltar a viver, para se fortalecer e se reerguer. É preciso sempre recomeçar.
Creio que, em algum lugar inatingível, inalcançável, invisível e intocável, há um indivíduo vestido de branco com uma prancheta em mãos com duro trabalho de selecionar os nomes dos anjos que estão listados em caixa alta e em negrito. Ele precisa deles para fortalecer os solos etéreos. Ao mesmo tempo, fica incumbido de trazer a paz para aqueles que perdem a metade da alma. Ele cobre o VAzio terreno, porque sabe do tamanho da assolação que a sua escolha causa. Às vezes ele se queixa com Deus (deus) : “ Justo ela!” E ele, na sua infinda sabedoria responde convicto pela sua escolha: “ Está sofrendo demais”. Num diálogo claro, conciso e objetivo muda-se todo um destino familiar. Não tem para quem reclamar quando isso acontece. O que nos resta é entender o porquê, e ele só vem com o tempo.
Os questionamentos são respondidos silenciosamente. Há uma voz imperceptível que sussurra em novos ouvidos. EM tempos de tristeza, soam uma PAZ silenciosa para que possamos entender o porquê que eles escolhem os nomes que estão em negrito. O dever celestial é acalmar nossos corações e mostrar os caminhos que possam curar e renovar a alma daqueles que ficam. Talvez assim, entender-nos-emos a crise divina pelas bandas do céu.