As consequências do atual cenário na cidade, que convive com as portas fechadas em grande parte do comércio, devido à Pandemia do novo Coronavírus, foi um dos temas conversados com O Imparcial com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Monte Alto, Dê Fenerick. A entrevista foi via e-mail e, nela, Dê também falou sobre o futuro da área comercial e industrial da cidade. Confira!
Jornal O Imparcial: Como a ACIMA vê a atual situação em que os comércios considerados não essenciais estão impossibilitados de abrirem suas portas?
Dê Fenerick: Nós acreditamos que todo o comércio, trabalho ou prestação de serviços da qual seja a sua única e principal fonte de renda, é essencial. Acredito ser um ataque à constituição e no tratamento desigual nas escolhas de quem pode trabalhar. São setores que não tem mais fôlego pra aguentar essa quarentena, fico muito entristecido em ver a maioria de nossos comerciantes inquietos, preocupados e sem perspectiva e mais perplexo quando vemos portas que não se abrirão. São histórias interrompidas.
Jornal O Imparcial: Já é possível fazer uma análise da atual situação de empresas e seus quadros de funcionários, diante da realidade da Pandemia? Tem números de lojas fechadas e demissões?
Dê Fenerick: Infelizmente as fontes que nos dariam o número exato, foram retiradas da consulta pública como forma de não criarmos um alarmismo. É notório e previsível tal cenário tão desesperançoso. Contabilizamos, esta semana em nossa cidade, mais de 620 empregos diretos perdidos nos últimos 40 dias. Havia um estudo no início da pandemia que 27 dias era a média de que as empresas brasileiras aguentariam essa Pandemia sem impactar a economia.
Jornal O Imparcial: A ACIMA tem recebido pedidos de ajuda?
Dê Fenerick: Nesse momento a maioria tem nos procurado sim, pedindo ajuda, auxílio, intervenção no tocante à continuidade de seus negócios. Aliás, é esse nosso papel: defender, amparar, orientar, coligar e instruir as classes que representamos, e nossa diretoria tem desempenhado muito bem esse propósito. Às vezes nossa vontade é suprimida por burocracias e exageros dos quais não comungamos e não aceitamos. Esses desafios diários nos impulsionam a irmos sempre em busca e não desistir.
Jornal O Imparcial: Você, como presidente da ACIMA, está lutando diariamente pelos comerciantes da cidade. Quais suas buscas e pedidos em defesa dos comerciantes?
Dê Fenerick: Sim, com certeza! Digo que a luta de toda a nossa diretoria se deu bem antes da quarentena. Sempre estivemos ligados, desde o início da pandemia, até mesmo antes de fecharmos o comércio. De lá pra cá, foram incontáveis reuniões, decisões e ações. Publicamos uma carta aberta sobre o resumo de nossas ações. Estamos vivendo um dia de cada vez; conforme as surpresas nos chegam, temos que rapidamente estudar, analisar e tomar decisões favoráveis ao nosso comércio. Nossas cobranças e pedidos do retorno de nossas atividades são firmes e constantes. Ao decorrer dos dias, tivemos muitas conquistas, inclusive uma abertura parcial para o sistema de drive thru e delivery e recebimentos de crediário, porém abaixo do que realmente necessitamos.
Jornal O Imparcial: O comércio ficou aberto durante três dias na semana passada após Decreto Municipal que, posteriormente, precisou sofrer alterações e seguir o Decreto do Estado. Qual foi o retorno dos comerciantes neste período?
Dê Fenerick: Os dias que conseguimos uma pequena abertura foi muito positivo e bom para toda a população de Monte Alto; o astral era outro, a positividade estava presente, a alegria e a esperança dando lugar a um novo recomeço. Parabenizo a todos os comerciantes e consumidores que fizeram um papel exemplar quanto às recomendações das autoridades de saúde.
Jornal O Imparcial: Quais as principais dicas/sugestões da ACIMA para o empresário montealtense nesse período?
Dê Fenerick: Esse período está nos mostrando muitas coisas que jamais esperávamos passar. De tudo que acontece em nossa vida, temos que tirar um aprendizado; e acredito que hoje, devemos mais do que nunca, buscar o aprimoramento, informações, qualificações e novas tecnologias, pois a forma de fazer negócio mudou e não estávamos preparados. A geração 5.0 está passando e não sabemos o que é, pra que serve e o que devemos fazer. Somente a busca e atualização de cada um, poderão transformar e revolucionar a forma como queremos crescer e ser amanhã.
Jornal O Imparcial: Como essa Pandemia impacta na Campanha “2020 Premiado” para os comerciantes?
Dê Fenerick: Nossa campanha premiada sempre foi um sucesso e motivo de comparação para muitas cidades, inclusive maiores centros. É o nosso orgulho poder retribuir nossos consumidores em forma de prêmios, pela confiança em prestigiar o nosso comércio. Porém, esse ano, cientes do cenário, resolvemos ajudar nossos associados, presenteando-os com uma quota de cupons/seladinhas como forma de prestígio e força na retomada das atividades. Com isso acreditamos estar começando uma campanha do “valorize o comércio de nossa cidade”, onde nossa clientela também continuará nos priorizando em suas escolhas de compras. Desejo assim, que muito brevemente, estaremos vivenciando encontros, abraços, apertos de mãos, contagiando de alegria a todos que amamos com nossas compras, feitas com nossos amigos vendedores e comerciantes, fazendo girar a engrenagem da economia.