Dia 53. Estamos há cinquenta e três dias vivendo a experiência, as emoções e os conflitos de uma quarentena com isolamento social.
Quantas coisas temos para pensar a respeito de tudo isto! Há muito para refletir, para apontar e para se entristecer. Mas também há muito para rever, para aprender e para mudar.
Tudo é crescimento. Promovido por situações, por vezes, mais fáceis e mais leves. E, em outros momentos como este, duros e difíceis. Como diz o dito popular, aprendemos pelo amor ou pela dor.
Cada um de nós já passou por várias situações e sentimentos diversos e conflitantes durante este período. Já sentimos medo. Já sentimos raiva. Já ficamos ansiosos. Já sentimos esperança. Já desanimamos. Já nos animamos. Sentimos tristeza, desespero. Algumas alegrias. Insegurança. E, muitas vezes, tudo isto junto ou se alternando em um mesmo dia.
E assim seguimos. Incertos quanto ao futuro e quanto às mudanças que serão necessárias para que possamos voltar ao convívio social, aos estudos e ao trabalho. E quais reflexões podemos fazer, agora, após todos estes dias?
Primeiro ponto: não temos controle sobre os acontecimentos. Nunca tivemos. Só podemos ter controle sobre nosso comportamento e sobre como reagimos diante das situações que a vida nos apresenta. É preciso entender isto e investir em nosso desenvolvimento pessoal, no autoconhecimento, que é justamente o que vai nos ajudar a equilibrar nossas ações e gerenciar nossas emoções.
Segunda reflexão: nunca fomos tão iguais e tão diferentes, ao mesmo tempo! Qualquer um pode ser afetado por este vírus e ao mesmo tempo, os privilégios socias ainda fazem com que os mais pobres continuem a ser ainda mais prejudicados, expostos, desnudos em tudo o que lhes falta enquanto outros esperam, confortavelmente, dentro de suas casas que tudo isto passe.
E, em terceiro, toda crise é uma oportunidade. O que faremos disto, da oportunidade que a crise nos oferece, vai depender de cada um, como quase tudo na vida. Podemos fechar os olhos e fingir que o mundo não mudou e voltar para nossa zona de conforto e a vida que tínhamos, ou achávamos que tínhamos, antes. Ou, olhar com cuidado para o passado, entender como e o porquê chegamos aonde chegamos e fazer, mesmo que minimamente, algo para mudar, melhorar, evoluir.
Enfim, que a pergunta final desta pequena reflexão possa resultar em algum tipo de aprendizado, dentro da história e realidade de cada um: VIVER, a que se destina para você?